Vacina contra a dengue começará a ser aplicada a partir de janeiro de 2026

A recomendação é que as primeiras 1,3 milhão de doses sejam destinadas a profissionais da Atenção Primária à Saúde

DM

O Ministério da Saúde definiu as diretrizes para o uso da nova vacina brasileira contra a dengue, o primeiro imunizante de dose única totalmente desenvolvido no país pelo Instituto Butantan. A recomendação é que as primeiras 1,3 milhão de doses sejam destinadas a profissionais da Atenção Primária à Saúde. O anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Padilha e a previsão é que esse lote esteja disponível até o fim de janeiro de 2026.

A prioridade será para agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos que atuam nas Unidades Básicas de Saúde e em visitas domiciliares. Com o aumento da produção, a vacinação será ampliada ao público geral, começando por pessoas de 59 anos, com expansão gradual até a faixa mínima de 15 anos.

Parte das doses será destinada a uma estratégia especial em Botucatu (SP), que servirá como campo de avaliação intensificada do impacto da vacina. O objetivo é alcançar cobertura entre 40% e 50% da população local. Outros municípios com predominância do sorotipo DENV-3 também estão em análise.

A vacina recebeu registro da Anvisa e apresentou 74,7% de eficácia contra dengue sintomática em pessoas de 12 a 59 anos, além de 89% de proteção contra formas graves. O Sistema Único de Saúde (SUS) continuará aplicando a vacina japonesa de duas doses em adolescentes de 10 a 14 anos. Desde 2024, mais de 7,4 milhões de doses já foram aplicadas. Para 2026 e 2027, estão garantidas 9 milhões de doses por ano.

Mesmo com a redução de 75% nos casos e de 80% nas mortes por dengue em 2025 em comparação com 2024, o Ministério da Saúde reforça que a prevenção continua essencial. A campanha “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya” segue em andamento, com foco na eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti e no apoio às ações do SUS.