Oito prisões preventivas e quatro em flagrante após investigações que abrangem quatro estados
Olha Goiás
![](https://static.wixstatic.com/media/207544_5b4170fdb6d34c19b279244dfd4ba6c8~mv2.png/v1/fill/w_49,h_36,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/207544_5b4170fdb6d34c19b279244dfd4ba6c8~mv2.png)
A Polícia Civil do estado de Goiás, através da Delegacia de Aragarças, conduziu com sucesso a Operação "Fishing Company", resultando na detenção de oito indivíduos sob prisão preventiva e outras quatro em flagrante delito. As acusações envolvem crimes de pesca predatória, fraude fiscal e lavagem de dinheiro.
A operação, que se desenrolou através do cumprimento de 24 ordens judiciais, incluindo buscas e prisões preventivas, abrangeu quatro estados: Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Notavelmente, sete das prisões preventivas ocorreram em Rondônia, onde foi apreendida uma tonelada de pescados. A ação contou com a colaboração da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
As investigações tiveram início no final de 2022, quando as autoridades deflagraram uma operação policial visando fiscalizar peixarias e conveniências no município de Aragarças. Durante essa fase, irregularidades foram identificadas, exigindo uma investigação mais aprofundada devido a suspeitas de pesca predatória e fraude fiscal.
À medida que as investigações avançaram, a Polícia Civil descobriu que empreendimentos vinculados aos membros do grupo criminoso estavam envolvidos na comercialização de pescado de origem predatória. Peixes capturados com redes de malha, de tamanho proibido e espécies proibidas, incluindo a "piraíba", popularmente conhecida como "filhote", foram identificados.
Adicionalmente, foi revelada uma prática de emissão de notas fiscais por empresas fictícias localizadas em Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC). Autoridades em Rondônia e Acre notaram que essas empresas, apesar de existirem apenas no papel, estavam sendo usadas para falsificar a origem legal dos produtos comercializados, configurando assim fraude fiscal por meio de empresas de fachada.
A investigação também confirmou que o grupo criminoso estava envolvido em transações financeiras significativas, com depósitos, transferências e saques que totalizavam mais de R$ 2 milhões.
Os detidos enfrentarão acusações de associação criminosa para a prática de pesca predatória, fraude fiscal, duplicata simulada e lavagem de dinheiro. Além disso, há investigações preliminares em andamento que sugerem possível envolvimento de alguns dos acusados em outros crimes, como contrabando e delitos contra o sistema financeiro.
No que diz respeito aos pescados apreendidos, a Semad identificou exemplares de "Cachara", Tucunaré, "Pacu", "Cachorra" e "Matrinchã", além de espécimes proibidas como "Pirarucu", "Pirarara", "Jaú" e "Bargada". No total, mais de uma tonelada de peixes, cinco redes de pesca e duas tarrafas, equipamento utilizado na pesca predatória, foram confiscados. As quatro pessoas investigadas também enfrentarão multas que somam mais de R$ 2,7 milhões, com a Semad emitindo cinco autos de infração.
É importante destacar que os pescados apreendidos nesta operação foram doados para entidades filantrópicas da região, incluindo a Missão Ebenezer e o Lar de Idosos das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, ambos localizados em Aragarças, além do Lar de Idosos de Bom Jardim de Goiás.