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Mel produzido em Niquelândia apresenta maior concentração de antioxidantes no Brasil, revela pesquisa da UFG

Estudo do professor Ernanni Vieira destaca qualidade do mel goiano que ajuda na promoção da saúde



Jornal Opção




Valorizando o Cerrado e a produção apícola regional, uma pesquisa conduzida pelo professor Dr. Ernanni Damião Vieira, do Laboratório de Fisiologia e Biofísica (LaFisBio) da Universidade Federal de Goiás (UFG), revelou que o mel produzido em Niquelândia apresenta a maior atividade antioxidante entre as amostras analisadas de diferentes regiões do Brasil.


O estudo, baseado na técnica de Ressonância Paramagnética Eletrônica (RPE), foi detalhado no sábado, 10, durante a programação científica do I Festival dos Povos do Cerrado.


A análise comparativa envolveu méis oriundos de quatro localidades distintas: Tocantins, Goianésia, Barreiras (Bahia) e Niquelândia. De acordo com Dr. Ernanni Vieira, o mel escuro, viscoso e silvestre de Niquelândia se destacou por conter a maior concentração de moléculas antioxidantes, característica que confere ao produto um elevado potencial para a promoção da saúde humana.


“O mel de Niquelândia apresentou maior atividade antioxidante em relação aos outros méis. Isso está diretamente ligado à riqueza da flora silvestre da região, o que impacta na qualidade do produto”, afirmou o pesquisador.


Segundo o professor, a qualidade superior do mel da região norte de Goiás está intimamente relacionada à biodiversidade do Cerrado. A presença abundante de espécies vegetais nativas influencia a composição química do néctar coletado pelas abelhas, o que, por sua vez, determina as propriedades terapêuticas do mel. Esse fator natural se revela como um diferencial competitivo frente a outras regiões brasileiras, além de destacar o papel da preservação ambiental na produção de alimentos funcionais.


Ainda durante sua exposição no Festival, Dr. Ernanni Vieira enfatizou a relevância da pesquisa não apenas no campo da saúde, mas também no fortalecimento econômico de comunidades locais. Ele observou que o reconhecimento da qualidade nutricional do mel de Niquelândia pode gerar impactos positivos em toda a cadeia produtiva.


A valorização dos apicultores, associada a práticas sustentáveis, tende a impulsionar a economia da região e reforçar a imagem do Cerrado como um território estratégico para a produção de alimentos de alto valor agregado.


“O estudo demonstra como a apicultura pode ter papel estratégico na agricultura e na sustentabilidade. A utilização de abelhas na polinização de lavouras, como soja e gergelim, por exemplo, pode substituir o uso de agrotóxicos e aumentar a produção em até 40%”, destacou o professor.


Ao citar esse dado, ele ressaltou a multifuncionalidade da atividade apícola, que vai muito além da produção de mel. Trata-se, segundo ele, de um instrumento importante para o equilíbrio ecológico e para a inovação nas práticas agrícolas.


O impacto do estudo também ecoa na dimensão ambiental. A descoberta reforça a necessidade de proteger os ecossistemas nativos, já que a flora do Cerrado é base para a produção de méis com propriedades superiores.

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