Com R$ 120 milhões em condenações, Corinthians tenta negociar e descarta empréstimo
- pereiraalves4
- 26 de set.
- 3 min de leitura
Clube não tem dinheiro em caixa para pagar à vista os cinco processos e vê cenário muito difícil
GE

O Corinthians tem cerca de R$ 120 milhões a pagar em dívidas por contratação de jogadores que já resultaram ou ainda podem resultar em transfer ban. O clube, que enfrenta um cenário muito difícil, não possui dinheiro em caixa para fazer os pagamentos à vista, como exigem as condenações da Fifa.
Sem ter como quitar as dívidas, a diretoria corintiana precisa recorrer às negociações por um parcelamento, mas não obteve sucesso com o Santos Laguna, do México, no processo que, desde 12 de agosto, impede o clube de registrar jogadores.
Com a janela de transferências fechada, a diretoria até deixou a resolução dessa pendência de lado, priorizando outras despesas. Mas há dois problemas nisso.
Primeiro que os juros de 18% ao ano, o que dá 1,5% ao mês, continuam correndo, o que aumenta a conta, que já é muito instável devido à volatilidade imprevisível do câmbio. A Diretoria Financeira estima que gastará em torno de R$ 41 milhões no caso do Santos Laguna.
O segundo problema é que outras condenações devem se acumular. Uma delas já veio, com a Corte Arbitral do Esporte (CAS) confirmando decisão da Fifa e mandando o Corinthians pagar R$ 41,3 milhões a Matías Rojas.
Há negociações em andamento entre a diretoria e o estafe do meia paraguaio, mas ainda sem uma solução à vista que possa impedir, em até 45 dias, que o clube sofra o segundo transfer ban.
Se não houver acordo para um parcelamento que o Corinthians tenha capacidade financeira de honrar, é certo que haverá o segundo transfer ban, já que o clube não possui dinheiro para arcar, em curto período de tempo, com os R$ 82 milhões dos casos de Santos Laguna e Rojas.
Por enquanto, a Diretoria Financeira não tem a intenção de pedir empréstimo, pois considera que os juros, nesse tipo de transação, serão ainda mais altos do que os cobrados nos processos.
O caminho é tentar se planejar financeiramente, inclusive já pensando em 2026, tentar acordos de parcelamento e se antecipar às próximas condenações, dadas como certas.
Outro caso com sentença do CAS a caminho é o dos US$ 4.334.400 (R$ 23,35 milhões) devidos ao Talleres, da Argentina, pela contratação do meia argentino Rodrigo Garro.
Neste caso, o presidente Osmar Stabile admitiu publicamente que a diretoria do Talleres não aceitou conversar.
— O contrato expirou há dois anos. O dano que causaram ao Talleres é irreparável. Eles têm um jogador que vale quatro vezes mais do que o preço pelo qual o vendemos. Eles têm que pagar o que devem — cobrou o presidente do clube argentino, Andrés Fassi, em contato com o ge.
Os cinco casos de dívidas na Fifa somam, neste momento, cerca de R$ 120 milhões. Esse valor pode aumentar devido aos juros e a outros encargos cobrados nas sentenças e à variação do câmbio.
O complicador de tudo isso é que novas receitas de alto volume só são esperadas para o fim do ano.
Confira as dívidas o Corinthians na Fifa:
R$ 40 milhões ao Santos Laguna, do México, pela contratação do zagueiro equatoriano Félix Torres;
R$ 41,3 milhões ao meia paraguaio Matías Rojas pela rescisão do contrato após atrasos nos pagamentos;
US$ 4.334.400 (R$ 23,35 milhões) ao Talleres, da Argentina, pela contratação do meia argentino Rodrigo Garro;
1,075 milhão de euros (R$ 6,76 milhões) ao Shakthar Donetsk, da Ucrânia, pelo empréstimo do meia Maycon;
US$ 1,5 milhão (R$ 8 milhões) ao Philadelphia Union, dos Estados Unidos, pela contratação do meia venezuelano José Martínez.

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