Venda de diplomas descoberta em Goiás resulta na prisão de 4 pessoas
- pereiraalves4
- 3 de fev.
- 2 min de leitura
Suspeitas surgiram quando servidores de Perolândia, Goiás, apresentaram diplomas em grande quantidade para obter benefícios
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O esquema de falsificação de documentos inclui também carteirinhas de estudante que eram vendidas para todo o Brasil (Divulgação: MPGO)
Um esquema de venda de diplomas descoberto em Goiás já resultou em investigação com prisão de quatro pessoas. No rol de investigados estão duas instituições de ensino online, que segundo o Ministério Público do estado (MPGO) emitia documentos rapidamente – e em massa – , mesmo para cursos de longa carga horária. De acordo com o órgão, cerca de 50 mil certificados e carteirinhas de estudante, igualmente fraudulentas, já foram emitidas e enviadas a pessoas de diversas partes do Brasil.
A apuração teve início depois que servidores públicos de Perolândia, Goiás, apresentaram certificados falsos para conseguirem gratificações. A fraude poderia elevar os salários em até 30%. Reportagem do Fantástico, revelou que funcionários destacados para analisar as documentações estranharam a situação.“O que nos chamou atenção foi a quantidade de diplomas da mesma instituição apresentados”.
Agente infiltrado completou 2 cursos em 30 minutos
Outro funcionário revelou que muitos colegas perguntavam quantas horas eram necessárias para garantir o aumento máximo, trazendo os certificados rapidamente. Em depoimentos investigados admitiram que não participaram de aulas e que só realizaram provas para obter os diplomas. Um deles disse que sequer leu o material: “Nem sei mexer no computador, só fiz as provas”, contou.
Em resposta, o Ministério Público colocou um agente infiltrado, que se matriculou em um dos cursos. Ele completou dois cursos de forma acelerada, um de 272 horas em apenas 13 minutos e outro de 260 horas em 18 minutos.
A Prefeitura do município informou ao Fantástico que os pagamentos das gratificações dos servidores envolvidos serão suspensos, mas não explicou quais providências serão adotadas para avaliar a participação dos envolvidos.
Presos por venda de diplomas descoberta em Goiás são suspeitos de compor organização criminosa
Os presos na investigação do MP são suspeitos de integrar uma organização criminosa e estão sendo investigados por lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. São eles João Renato Antunes de Andrade, Mônica Renata da Silva e os irmãos Fernando e Adriano Fonseca Santos.
De acordo com o órgão, entre 2020 e 2023, o grupo gerou mais de R$ 17 milhões com cursos fraudulentos, sendo que parte desse valor teria sido lavado em uma fábrica de papéis da propriedade dos investigados. Para a promotoria, os suspeitos não ofereciam cursos, mas vendiam certificados falsos que não correspondiam a cursos legais.
Documentos obtidos são enviados a MPs estaduais
O MP dará continuidade às investigações, enviando os certificados e carteirinhas apreendidos aos Ministérios Públicos estaduais. A defesa dos suspeitos responsabilizou os funcionários municipais que validaram os cursos para que seus clientes recebessem as gratificações, isentando as escolas emissoras dos certificados.
O Ministério da Educação se manifestou, alertando sobre a importância de consultar canais oficiais para verificar a validade de cursos antes de obter um diploma.
A Secretaria de Educação de Minas Gerais explicou, ainda, que cursos não formais não exigem credenciamento, mas não conferem habilitação profissional ou grau de escolaridade.
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