Veja quais foram os 15 municípios de Goiás com mais queimadas em agosto
- pereiraalves4
- há 3 dias
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Ações ambientais diminuem queimadas e protegem a biodiversidade
Jornal Opção

Levantamento do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (CIMEHGO) mostra que 15 municípios goianos lideraram os focos de queimadas em agosto. Monte Alegre de Goiás aparece no topo, com 43 registros, seguido por Niquelândia (30), Padre Bernardo (26), Campos Belos (25) e Água Fria de Goiás (22). Também registraram números elevados Itumbiara (21), Jataí (21), Mimoso de Goiás (21), Edéia (19), Formosa (19), Goiânia (19), Nova Roma (19), Cristalina (18), Quirinópolis (18) e Anápolis (16).
Embora o Brasil tenha registrado em 2025 a menor área queimada desde o início da série histórica do MapBiomas Fogo, em 2017, o Cerrado segue como o bioma mais afetado. De janeiro a julho, foram consumidos 2,45 milhões de hectares — queda de 59% em relação aos 6,09 milhões no mesmo período de 2024.
Julho, especialmente, registrou 748 mil hectares queimados — 40% a menos que no ano anterior, e o menor valor desde 2019. A maior parte ocorreu em vegetação nativa, com o Cerrado concentrando metade de toda a área queimada no país.
Por que a redução e qual o contexto ecológico?
Três fatores principais explicam a queda:
Clima mais ameno, com chuvas retornando após dois anos de seca intensa.
Ações de prevenção fortalecidas, sob a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que articula governo federal, estados, municípios e sociedade civil para promover queimas controladas, brigadas e educação ambiental.
Mudança social e econômica, com produtores e comunidades mais cautelosos após os prejuízos de 2024, acompanhada de monitoramento mais intenso.
Para reforçar o controle do fogo, a Secretaria do Meio Ambiente de Goiás (Semad) instituiu, em agosto de 2025, a Instrução Normativa nº 14, com regras rigorosas de responsabilização administrativa por incêndios. Ela prevê compensações ambientais em Áreas de Preservação Permanente e reservas legais, além de fiscalização rigorosa e medidas preventivas.
O gerente do CIMEHGO, André Amorim, alerta que os impactos vão além da vegetação: “A qualidade do ar e da água são prejudicadas pelas cinzas, e o solo pode ficar empobrecido, aumentando o risco de desertificação.” Ele destaca também o engajamento da população: “O fogo não pega sozinho. Mesmo com as chuvas, a prevenção deve continuar, especialmente nos meses mais secos.”
O fogo no Cerrado: aliado ou ameaça?
O cerrado é um bioma seco, o que já sugere uma maior frequência de queimadas naturais. Por esse motivo, existem plantas com adaptações que mostram como o fogo também integra a dinâmica natural do cerrado. Queimadas frequentes e intensas, de origem humana, por outro lado, prejudicam fauna, flora e solo.
O fogo, quando ocorre dentro do ciclo natural, pode ser regenerador. Ele ajuda espécies adaptadas a florescer e se reproduzir, além de liberar nutrientes no solo.
Alguns exemplos de plantas adaptadas incluem:
Cyrtopodium vernum (orquídea-vernal): floresce após queimadas e forma conjuntos de flores douradas.
Alternanthera flavogrisea (batata-do-cerrado): rebrota de raízes e órgãos subterrâneos após queimadas e secas prolongadas.
Bulbostylis paradoxa (“cabelo-de-índio”): inicia floração um dia após o fogo, aproveitando a vegetação limpa para dispersar sementes.
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