Ainda não há data para o júri. Comerciante Wilker Darcian foi morto em 2021, em Trindade.
G1-Goiás
Wilker Darcian Camargo, morto em ação da PM em Trindade — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Três dos cinco policiais investigados por arrastar o comerciante Wilker Darcian Camargo, de 35 anos, para dentro de uma casa e matá-lo foram mandados à júri popular. O júri de Wellington Alves de Oliveira, Elias Cunha Carvalho e José Venício Mendes da Silva por homicídio qualificado ainda não tem data. O crime aconteceu em 2021, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia.
Um vídeo divulgado na época do crime mostra quando Wilker foi arrastado para dentro da casa para ser morto. A decisão que mandou os três policiais a júri foi emitida pela juíza Vívian Martins Melo Dutra na primeira semana de abril.
Em nota, a defesa de Wellington e Elias informou que a versão inicial do delegado “começou a ser desfeita” com a absolvição de dois dos 5 envolvidos. O advogado Tadeu Bastos alegou que “a versão ruiu quando foi dito que isso tudo teria sido preparado e conforme se percebeu a instrução do processo que se tratou de uma ocorrência normal”. A defesa finalizou que acredita que o Tribunal de Justiça, no recurso que vai manejar, deve absolver os outros acusados.
Os outros dois policiais réus no crime, José Wilson Louça Rodrigues de Menezes e Alexsander de Carvalho Gonçalves, além de não terem sido mandados à júri, tiveram as quaisquer medidas restritivas de liberdade que estivessem em vigor revogadas.
Crime contra comerciante
O comerciante Wilker foi morto no dia 10 de dezembro de 2021, em Trindade. Um vídeo feito no dia mostra quando ele tentou fugir correndo da casa onde estava, mas foi segurado e arrastado de volta ao localpor três policiais.
Em seguida, ainda na gravação, é possível ouvir o barulho de um tiro. Um policial, então, manda as pessoas que estavam na rua saírem.
O documento que mandou os três agentes à júri conta com o teor do interrogatório dos policiais. O policial Alexsander de Carvalho, que não foi mandado à júri, disse que os fatos começaram quando Wilker saiu de um açougue e começou a fugir ao perceber que estava sendo perseguido por uma equipe policial descaracterizada.
Ele explicou que participou da primeira parte da perseguição e chegou a entrar e ir aos fundos da casa em que aconteceu o crime. No entanto, o policial afirma que quando os demais agentes chegaram, foi para a viatura com a intenção de “dar a volta no quarteirão, visando fazer um cerco pelos fundos”. Segundo ele, foi nesse momento em que os disparos contra o comerciante ocorreram.
Alexsander, Wellington, Elias e José Venício alegaram que, na ocasião do crime, a vítima estava armada e teria atirado contra os militares durante a perseguição inicial. Wellington e Elias ainda afirmaram que ao serem acionados, entraram pelos fundos da casa e encontraram a vítima com uma arma na cintura. Disseram que, durante a tentativa de abordagem, o comerciante teria conseguido pegar a arma de um dos policiais.
Já José Wilson, que também não foi pronunciado, disse que no dia do crime atuava como motorista da equipe e que ficou cuidando da viatura quando os disparos contra Wilker ocorreram. Ele disse que apenas viu as movimentações de luta corporal ao sair do veículo em que estava.
A juíza justificou não ter enviado os dois policiais restantes à júri por não ter sido convencida “da existência de indícios suficientes de suas atuações no fato contra a vida” de Wilker.
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