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Suposto serial killer teria atacado pelo menos dez garotas de programa, diz polícia de Goiás

Segundo investigadores, Leandro Alves da Costa tinha modus operandi. Ele começou agredindo e estuprando prostitutas há 8 anos; depois, passou a matá-las


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Leandro Alves da Costa (Foto: Reprodução)


As investigações da Polícia Civil de Goiás já revelaram que Leandro Alves da Costa, preso na sexta-feira passada (6), a princípio por suspeita de participação na morte de uma garota de programa, que teve o corpo ocultado num matagal, na cidade de Abadia de Goiás, na verdade estaria por trás de pelo menos 10 crimes no total – número que pode ser ainda maior.


Todos eles praticados contra prostitutas. O inquérito foi enviado à Justiça pelos policiais e já aponta o homem como o autor de casos de agressão, estupro e assassinato de mulheres no Brasil e no Paraguai. Desde a divulgação do caso, a delegacia diz ter recebido “várias denúncias”. Uma característica ajuda na identificação: ele não possui dois dedos na mão direita.


Nesta sexta-feira, os delegados Arthur Fleury e Carlos Levergger informaram, em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, que de fato há indícios de que o homem seja um homicida em série, como já se desconfiava no início.


Além de Deyselane de Menezes Rocha, torturada e morta com 33 facadas em um motel, no último dia 13 de outubro de 2022, Costa teria assassinado também uma outra prostituta, adolescente de apenas 15 anos, em Ciudad del Este, no Paraguai, sob circunstâncias muito parecidas, e apenas poucos dias depois. Ele é investigado ainda por outros oito crimes de agressões graves, tortura e estupro, que teriam acontecido a partir de 2014 em Aparecida de Goiás (GO).


– Mais recentemente, ele evoluiu das agressões para o homicídio, provavelmente, para não deixar testemunhas – disse Fleury, durante a coletiva de imprensa.


Carlos Levergger, delegado que conduziu os casos dessas garotas agredidas há 8 anos em Aparecida de Goiânia, explicou que as vítimas eram todas garotas de programa que trabalhavam na região dos motéis, nas proximidades da BR-153, assim como Deyselane, e relataram que foram agredidas, forçadas a manter relação sexual sem preservativo e, em alguns casos, tiveram os rostos desfigurados por ação de objetos cortantes. Segundo o policial, o inquérito enviado à Justiça é “robusto” em termos de provas contra Leandro.


Nas investigações do caso de Deyselane, a polícia conseguiu ter acesso a uma conversa entre a garota de programa e uma colega, momentos antes de ser morta, onde ela se mostra desconfortável com um pedido de Leandro para que ela pratique sexo anal nele. O diálogo termina com um pedido de socorro.


“Socorro, eu nunca fiz isso”, escreve Deyselane por volta das 7h24 da manhã. A amiga responde com uma risada. Um minuto depois, a vítima volta a escrever: “socorrooooo”.


– No intuito de localizar mais vítimas, já que a Polícia Civil está recebendo várias denúncias, duas informação são importantes: como ocorreu na tentativa de estupro e homicídio em 2014 (crimes pelos quais Leandro já respondia), o suspeito pediu para a vítima situações que a mesma se negou, como no print de conversa que Deyselene mandou pouco antes de morrer, e também exigir a prática de sexo sem preservativo, o que o levou a esfaquear as mesmas, torturar e matar, como foi no Brasil e Paraguai – disse o delegado Arthur Fleury.


O caso


Deyselene de Menezes Rocha foi vítima de uma trama ainda misteriosa, em Abadia de Goiás, município da Região Metropolitana de Goiânia, em outubro. Seu corpo foi encontrado numa área rural, carbonizado, com a marca de 33 facadas e com uma arame envolto ao pescoço. Ela trabalhava como garota de programa naquela região de motéis à beira da BR-153. Em depoimento à polícia, a irmã afirmou que Deyselene foi vista pela última vez por volta das 4h da manhã do dia 12, quando deixou seus filhos com ela.


As imagens de câmeras de segurança do motel obtidas pela Polícia Civil mostram o momento em que um Peugeot preto entra no estabelecimento naquela noite. Leandro dirige o carro e Deyselane aparece no banco do carona. Logo depois, um outro casal chega a pé ao local e se dirige ao mesmo quarto. Eles são Wallace Alves Novais e uma mulher até agora identificada apenas como Helen; eles também são suspeitos de participação no crime.


O corpo de Deyselane seria encontrado horas depois em um matagal. Após o crime, Leandro Alves da Costa, que era monitorado por uma tornozeleira eletrônica, porque já respondia por homicídio, estupro e porte ilegal de arma de fogo, rompeu o dispositivo e fugiu. Wallace foi imediatamente preso e, em sede policial, negou participação no crime. Helen ainda não foi encontrada.


Assassinato com menos de 1 mês de intervalo


No último dia 6 de de janeiro, Leandro foi encontrado e preso em Foz do Iguaçu. Através de cooperação internacional com a polícia paraguaia, os investigadores da Polícia Civil de Goiás descobriram que Leandro é suspeito de ter matado, dias depois, uma adolescente de 15 anos, também encontrada com sinais de tortura em um motel, em Ciudad del Este, no Paraguai. O crime aconteceu no dia 3 de novembro, menos de 1 mês depois da morte de Deyselene.


— Leandro estava com dois mandados de prisão em aberto no Brasil e provavelmente atravessaria a tríplice fronteira para se esquivar das polícias brasileira e paraguaia, já que estava com difusão vermelha na Interpol — informou Fleury. — A polícia acredita que ele pode ter matado mais vítimas no Brasil e no Paraguai, não podendo precisar ainda o número exato.





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