Viasat quer levar ao espaço o primeiro de três novos equipamentos para oferecer banda larga em quase qualquer ponto do planeta. Lançamento será feito pela SpaceX, do bilionário Elon Musk.
G1

Imagem ilustrativa do ViaSat-3, satélite com maior capacidade de tráfego do mundo — Foto: Divulgação/Viasat
A empresa de telecomunicações Viasat planeja lançar nesta quarta-feira (25) um satélite de internet com 1 terabit por segundo (Tbps), a maior capacidade do mundo. O ViaSat-3, como é chamado é um conjunto de três satélites que levarão conexão para praticamente qualquer local do planeta.
O primeiro satélite vai cobrir as Américas e, de acordo com a empresa, começará a operar no Brasil no segundo semestre. No futuro, serão lançados um para cobrir Europa, Oriente Médio e África, e outro para a região Ásia-Pacífico.
Confira os principais pontos sobre o ViaSat-3.
📈 Tem a maior capacidade de tráfego do mundo, podendo atingir 1 Tbps em cada uma das três unidades;
🛰️ É o mais leve já produzido pela Viasat, com algo entre 5,6 e 6 toneladas;
📏 Tem 50 metros de comprimento, cerca de metade de um campo de futebol;
📡 Voltado para a área rural, poderá oferecer velocidade de download de 100 Mbps;
🌎 Ficará a cerca de 36.000 quilômetros da Terra, e cada um cobrirá cerca de um terço do globo;
⌚ Tem previsão de operar durante 15 anos;
📅 Deve entrar em operação no Brasil no segundo semestre de 2023.
Como será o lançamento?
O lançamento está previsto para acontecer por volta das 20h30 (horário de Brasília) em uma base no Cabo Canaveral, na Flórida. O satélite será levado ao espaço pelo Falcon Heavy, nave da SpaceX que é usada desde 2018, quando levou um carro ao espaço – a empresa de Musk tem seu próprio serviço de internet via satélite, o Starlink.
Segundo a Viasat, após se desprender do foguete, o satélite fará a implantação de seus painéis solares e, então, se posicionará na órbita terrestre. Depois dessas etapas, é possível lançar o serviço para os consumidores.
O segundo satélite será lançado pela Atlas V551, nave da United Launch Alliance, empresa criada pela Lockheed Martin e a Boeing, em uma missão prevista ainda para 2023. O parceiro e a data do terceiro lançamento ainda não foram definidos.
O que muda com o novo satélite?
A principal novidade é a capacidade de tráfego, já que cada um dos três satélites suporta até 1 Tbps. Como comparação, o ViaSat-2, de 2017, tem cerca de um quarto dessa capacidade, podendo chegar a 260 gigabits por segundo (Gbps). Já o ViaSat-1, de 2011, alcança 140 Gbps.
Enquanto o ViaSat-3 cobrirá praticamente todo o planeta, seus antecessores atingem áreas menores. O ViaSat-2 atende à América do Norte, à América Central e o Caribe, enquanto a primeira geração é destinada para os Estados Unidos e o Canadá.
Outra vantagem é a possibilidade de destinar a capacidade de tráfego para onde há mais demanda, por meio dos "beams" (ou feixes) dinâmicos. Hoje, a maioria dos satélites utiliza "beams" fixos, isto é, a capacidade é definida antes do lançamento.
"Com os 'beams' fixos, você determina na construção do satélite onde vai alocar a capacidade e corre um risco de, depois, ter muita demanda e pouca capacidade em um lugar, e vice-versa", explica o diretor-geral da Viasat Brasil, Leandro Gaunzser.
"Essa flexibilidade de poder mover a capacidade é um grande diferencial. Os 'beams' são dinâmicos, então, você vai ter a capacidade onde realmente tem demanda".
Onde o satélite será usado?
A banda larga fixa é o principal negócio no Brasil da Viasat, que pretende usar o novo satélite para aumentar sua capilaridade no país e atender locais com alta demanda. Segundo a companhia, a maior demanda está na área rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste.
"Grande parte da capacidade que vamos trazer para o Brasil vai estar direcionada para esses locais de maior demanda e, hoje, de menor receptividade de outros fornecedores. Vamos cobrir o Brasil inteiro, mas estamos focando onde está a maior necessidade da população brasileira", diz Gaunzser.
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