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Presidente nacional do Solidariedade é suspeito de participar de esquema que desviou R$ 36 milhões do partido

Polícia Federal cumpre seis mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Goiás, Distrito Federal e São Paulo



Jornal Opção

Presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior | Foto: Divulgação




O presidente nacional do Solidariedade, Eurípedes Júnior, é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 12, suspeito de participar de um esquema que desviou R$ 36 milhões dos recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) da sigla. A PF também mira ex-dirigentes e candidatos que concorreram a cargos pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social) nas eleições de 2018.


Principal alvo da operação, Euripedes não foi encontrado pelos agentes. O presidente teria comprado um helicóptero avaliado em R$ 2,4 milhões para uso pessoal com dinheiro do fundo. A aeronave está entre os alvos dos mandados judiciais.


Ao todo, a corporação cumpre outros seis mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Goiás, Distrito Federal e São Paulo. A PF investiga, entre outras possíveis irregularidades, o uso de candidaturas laranjas para receber dinheiro do fundo eleitoral. O PROS se fundiu em fevereiro de 2023 ao Solidariedade.


As investigações começaram em 2018. Os suspeitos podem responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.


Busca e apreensão em 2019


Em 2019, as sedes do PROS em Brasília e em Planaltina de Goiás já tinham sido alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. A corporação suspeitava de superfaturamento de contas de candidatos encaminhadas ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). De acordo com um relatório elaborado pela corporação à época, havia indícios de irregularidades nas contas de candidatos do partido no DF e em outros estados.


Na época, a PF investigava o repasse de recursos milionários do fundo eleitoral para candidatos que tiveram votação inexpressiva nas eleições de 2018. O PROS alegou usar a própria gráfica – situada em Planaltina de Goiás – para imprimir o material de campanha de alguns candidatos. A sigla declarou esses valores como recursos estimáveis.


Na eleição de 2018, o partido disse, na prestação de contas inicial, ter investido mais de R$ 670 mil com propaganda para um concorrente a deputado distrital que obteve 690 votos. Durante a análise das despesas pelo TRE-DF, o valor foi retificado para R$ 17,7 mil e se afirmou que os recursos foram destinados também a outros concorrentes. As contas foram, então, aprovadas. O mesmo ocorreu com outras candidaturas do Distrito Federal.


Na análise da prestação de contas de outra candidatura a deputado distrital, o desembargador que relatava o caso afirmou que existiam nos autos “indícios de possíveis irregularidades graves na contabilização das prestações de contas eleitorais dos candidatos a deputado distrital e federal do PROS/DF, nas eleições de 2018″. Ele ressaltou que as suspeitas não eram objeto das apurações da prestação de contas, o que estava a cargo da Polícia Federal. Nessa situação, apesar das retificações nos valores, as contas foram desaprovadas pelo tribunal.


Outra candidata em Goiás que concorria para deputada estadual, que não teve a identidade divulgada, recebeu R$ 217 mil do partido em propaganda, mas obteve 103 votos. A PF apontava ainda indícios de desvios de recursos para gastos com pessoal e combustíveis. De acordo com as investigações, esses pagamentos teriam sido feitos com cartões de crédito.

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