Valor sai de R$ 3.845 para R$ 4.420. Federação Goiana dos Municípios questiona o reajuste.
G1-Goiás
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Sala de aula de escola estadual em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
A Prefeitura de Goiânia e o Governo de Goiás afirmaram na quinta-feira (19) que vão pagar o novo piso salarial dos professores, no valor de R$ 4.420. O valor base nacional era de R$ 3.845 referentes a uma carga de 40 horas por semana.
A Secretaria Municipal de Educação informou que já fez um estudo técnico sobre o reajuste e encaminhou para a Secretaria de Finanças, que vai analisar o impacto no orçamento. Na capital, o salário dos professores é de R$ 4.160,41.
O estado ainda está fazendo as contas necessárias e que nenhum professor receberá abaixo do piso. Porém, disse que não é possível garantir que o percentual do reajuste será repassado a toda categoria.
“São, em media, 15 mil professores que vão sair de R$ 3.800 para R$ 4.400 [R$ 4.420]. Isso não tem para onde correr, isso é lei. Todos que estão abaixo do piso vão receber [a correção]. Agora, o que não temos condição de dizer é se esse piso poderá ser aplicado como um reajuste linear para todos. Se eu conceder o reajuste linear, eu estou falando de um impacto na folha de educação de aproximadamente R$ 380 milhões por ano”, disse a secretária Fátima Gavioli.
O valor citado pela secretário se refere apenas para os professores que estão na ativa. O custo com os aposentados ainda está sendo levantado.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, defende, no entanto, que o percentual do reajuste seja aplicado a todos servidores da categoria, mesmo os que já ganham o valor do piso nacional ou acima.
“É fundamental que o piso seja aplicado na carreira para todos os professores, não apenas para quem está no início. Quem está no início e quem está no final da carreira, todos tiveram prejuízos por conta da defasagem, da inflação, então não há que se dizer que o piso é só para quem está abaixo desse valor”, disse.
Outros municípios
O reajuste preocupa outras cidades por gerar um impacto maior nas despesas públicas. A Federação Goiana de Municípios disse que não há base legal para o reajuste, que deveria ser feito como dos outros servidores da administração, com base na inflação anual.
A posição também é defendida pela Confederação Nacional dos Municípios. “Estamos orientando os municípios a não concederem, por mais que entendemos como importante, mas sim que concedam o aumento da inflação do ano passado. Não estamos contra a correção do piso, mas esse montante inviabiliza a educação no Brasil”, disse o presidente da entidade, Roberto Ziukolski.