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Polícia faz busca em clínica do ex-padrinho de Dudu por investigação sobre golpe de R$ 18 milhões

Casa de ex-gerente do banco também é alvo de operação; foram encontrados documentos de um carro vendido com assinatura falsa, além de extratos da empresa do atacante do Palmeiras



GE

Dudu e Thiago Donda após a renovação do atacante com o Palmeiras, em 2022 — Foto: Arquivo Pessoal



A Polícia Civil realizou no fim da última semana uma operação de busca e apreensão por causa da investigação do desfalque de mais de R$ 18 milhões sofrido por Dudu, do Palmeiras.


Os locais em que a ação ocorreu foram a Nido Clínica de Estética Avançada e Medicina Esportiva, aberta por Thiago Donda, ex-padrinho de casamento do jogador, ex-assessor e um dos investigados, além da casa de Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente das contas de pessoa jurídica do atacante no banco Bradesco.


Foram recolhidos na clínica para perícia: telefones celulares, computadores, notebooks, folhas de cheque em nome de Thiago, produtos estéticos, máquinas de cartão de crédito e HD externo.


Já na casa de Joelson, foram apreendidos telefone celular, documentos de autorização para transferência de veículos, e documentos de despachante da Mercedes GLA 250, que estava registrada na empresa de Dudu e foi transferida com assinatura falsa, sem conhecimento do jogador, segundo perícia contratada pelos advogados dele.


Joelson foi citado em depoimento na Polícia como responsável pela venda deste automóvel. O comprador explicou que adquiriu o veículo no início de 2023 na loja Leo Multimarcas, em Carapicuíba-SP.


A negociação foi feita com Leandro Marinho e Joelson Aguilar dos Santos, citados como dono e investidor da loja, respectivamente.


De acordo com o depoente, Joelson declarou que havia largado a carreira bancária e trabalhava como um dos assessores de Dudu, embora eles nunca tenham tido esta relação.


Foram levados da casa do ex-gerente, também, um boleto bancário em nome da empresa de Dudu e duas páginas de extrato bancário tanto da firma aberta pelo jogador do Palmeiras, quanto da BWF Assessoria Esportiva, que é de Thiago Donda.


Joelson foi gerente das contas de pessoa jurídica de Dudu no Bradesco até o fim de 2022. Quando o jogador do Palmeiras e seus advogados iniciaram contatos com o banco para averiguar as transferências irregulares, veio a informação de seu desligamento.


Tudo que foi levado pela Polícia vai agora passar por perícia, em busca de novas evidências sobre o caso.


Entenda todo o caso


Dos mais de R$ 18 milhões já calculados em desfalque nas contas de Dudu, R$ 562 mil foram de transferências de dois carros com assinaturas falsas. Entre eles, a Mercedes citada.


Tudo começou ano passado, após o jogador do Palmeiras descobrir que a “Dudu Sete Agenciamento de Imagens Esportivas”, empresa em que recebe direitos de imagem do Verdão, não recolhia impostos desde 2018.


Já havia até um acordo com o governo para quitar o débito, além de execuções ajuizadas desde 2022, tudo sem conhecimento do camisa 7.


Os advogados do atacante do Palmeiras entendem que Thiago Donda poderia estar usando o valor que deveria ser para pagar os impostos da empresa aberta do jogador de forma indevida.


Desde então, iniciou-se uma auditoria para levantar o que vinha acontecendo, e os advogados do atleta pediram a abertura de inquérito, em que já eram citados como possíveis envolvidos Thiago Donda, Joelson e Thiago Rocha, ex-escrevente do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo, onde eram reconhecidas as assinaturas falsas.


Os advogados de Dudu entendem que houve uma série de fraudes:


  1. Transferências e pagamentos de valores para conta de terceiros utilizando fichas internas com assinatura falsas

  2. Compensações de cheques com assinaturas falsas

  3. Débitos nas contas bancárias de produtos ofertados pela entidade bancária sem contratação e conhecimento das vítima

  4. Operações de empréstimos mediante oferta de produtos

  5. Venda de Títulos de Capitalização sem autorização da vítima

  6. Transferências de valores para conta de terceiros com autorizações preenchidas pelo gerente sem anuência do correntista e transferências de veículos sem anuência

  7. Falsificações de assinatura

  8. Baixas de aplicações financeiras e resgates de ativos financeiros sem conhecimento da vítima

  9. Utilização de PIX e TED não autorizadas


Ainda que Thiago Donda seja citado como possível responsável, há o entendimento da acusação de que o ex-assessor não atuou sozinho e teve anuência de funcionários no Bradesco e também do 19º Cartório de Registro Civil de São Paulo.


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