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Pastor é preso suspeito de chefiar organização criminosa responsável por sequestrar e manter dependentes químicos em cárcere privado

Pastor mantinha mais de 90 internos em duas clínicas clandestinas de Aparecida de Goiânia e Anápolis



Jornal Opção

Pastor foi preso em casa | Foto: divulgação/PC



Um pastor apontado como proprietário de clínicas de reabilitação clandestinas foi preso durante operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) na manhã desta quinta-feira, 1º. Ele é investigado por financiar uma organização criminosa, responsável por sequestrar e manter dependentes químicos e pessoas com deficiência em cárcere privado nas comunidades terapêuticas Leão de Judá e Vale do Sol, em Aparecida de Goiânia e Anápolis. 


A PC acredita, porém, que há várias empresas de fachada espalhadas pelo estado, cujo proprietário é o pastor. Dois dependentes químicos, que participavam do esquema como funcionários das clínicas, foram presos em flagrante durante ação da PC, em 2023. 


Eles também eram responsáveis por sedar e medicar os mais de 90 internos com medicamentos de uso controlado injetáveis, sem receita médica. Alguns dos produtos apreendidos são de uso exclusivamente hospitalar. 


“Os investigados  obtiveram vantagem econômica e patrimonial ilícita, se utilizando do dinheiro originado pela prática do crime de tráfico de entorpecente na modalidade ministrar. Ele [pastor] alugava chácaras e montava as clínicas em nome de laranjas e depois colocava dependentes químicos para administrar”, afirmou o delegado Sérgio Henrique.


Sérgio explicou que as vítimas, que possuem idades entre 18 e 90 anos, eram sequestradas em todas as partes do país, especialmente em estados vizinhos como Mato Grosso. As famílias encomendaram as internações compulsórias, que giravam em torno de R$ 2 mil mensais. 


Nas clínicas, os internos eram mantidos em condições precárias de higiene, além de serem vítimas de maus-tratos por parte dos administradores. As investigações apontaram ainda que as clínicas não tinham registro de profissionais técnicos, como médicos, psicólogos e enfermeiros.


“Os internos não estavam lá porque queria, a família jogava eles lá dentro. Demoramos bastante para conseguir encaminhar todos para casa depois do resgate”, explicou. 


Os investigados respondem pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de capitais, por meio de uma organização criminosa. O pastor foi apresentado na Casa do Albergado, onde aguarda audiência de custódia.

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