Operação investiga advogados suspeitos de ajudar em invasão de sistemas do CNJ para liberação de presos de alta periculosidade

Após a mudança, condenados rompiam a tornozeleira eletrônica. Operação Data Change cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Goiânia

G1-Goiás

PF investiga invasão a sistemas do CNJ para liberação de presos de alta periculosidade — Foto: Divulgação/CNJ

A Polícia Federal investiga um grupo criminoso suspeito de acessar ilegalmente os sistemas de execução penal e de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Operação Data Change cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Goiânia.

Segundo a Polícia Federal, os suspeitos alteravam dados sobre penas e inseriam documentos falsos para antecipar a progressão de regime de detentos. O objetivo era permitir que presos condenados a mais de 60 anos de prisão e integrantes de facção criminosa saíssem do regime fechado para o semiaberto antes do tempo previsto.

Após a mudança, os condenados rompiam a tornozeleira eletrônica. Conforme a PF, mandados foram cumpridos contra advogados suspeitos de participar do esquema.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Goiás informou que acompanha a Operação Data Change. A OAB-GO destacou que o acompanhamento tem como objetivo resguardar as prerrogativas profissionais e fiscalizar o cumprimento dos preceitos éticos da advocacia.

As irregularidades foram identificadas pelo próprio CNJ, que acionou a Polícia Federal e adotou medidas para reforçar a segurança dos sistemas. Até o momento, foram encontrados indícios de fraude em 15 processos, conforme a PF.