MEC diz que deve enviar texto em outubro e parlamentares da base defendem 'regime de urgência' para driblar comissão presidida por bolsonarista.
G1
Digitando celular smartphone WhatsApp — Foto: Lucas Marreiros/G1
A proposta do Ministério da Educação (MEC) de proibir o uso de celulares nas escolas brasileiras tem sido defendida tanto por parlamentares governistas quanto por parte da oposição — embora, entre os oposicionistas, alguns defendam "cautela" na discussão.
O texto, segundo o governo, deve ser enviado em outubro para o Congresso.
Na Câmara, um projeto de conteúdo semelhante tramita desde 2015, mas não avançou nem da primeira etapa, a da Comissão de Educação, que hoje é presidida pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).
A avaliação de alguns parlamentares é que, embora o texto não tenha sofrido críticas contundentes, ele nunca se tornou prioridade e as bancadas estavam "um pouco perdidas em como se posicionar".
Para acelerar a tramitação e "driblar" a presidência de Nikolas Ferreira na Comissão de Educação, alguns deputados da base defendem que o projeto do Planalto seja apresentado com regime de urgência.
Com isso, o governo força a votação diretamente no plenário em um prazo reduzido — a partir de 45 dias, a proposta tranca as demais votações no plenário.
Relatoria com a oposição
Deputado da oposição, Diego Garcia (Republicanos-PR) é o relator do texto que tramita desde 2015 na Comissão de Educação.
Em maio, ele apresentou um parecer que proíbe os celulares em escolas públicas e privadas durante a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental.
A exceção seria para uso "estritamente pedagógico ou didático" e também para alunos com deficiência, caso haja necessidade de acessibilidade e inclusão.
Apesar de ser da oposição, ele diz acreditar que o governo vai apoiar seu relatório, que segundo ele é "técnico", e que tem recebido apoio de colegas governistas e da oposição.
"Meu relatório está pronto, não tem que inventar a roda. O relatório é baseado em evidências científicas e estudo", diz.
Deputados da base também não descartam uma costura entre governo e oposição neste tema.
Comments