Depois que a Justiça reconhece o direito de um brasileiro ao benefício, o INSS ainda demora, em média, 300 dias para começar a pagar. Os pagamentos atrasados geram um gasto extra de R$ 83 milhões só de correção monetária.
G1

Lentidão do INSS gera tempo de espera longo e gastos altos para os cofres públicos — Foto: JN
A lentidão do INSS em pagar benefícios está gerando prejuízos aos cofres públicos.
Qualquer pessoa que precise do INSS entra em uma fila virtual. A Previdência demora, hoje, 64 dias em média para analisar um benefício, mas para muita gente, essa é apenas uma primeira fila.
Depois dessa espera, se o INSS entende que a pessoa não tem direito ao benefício, ele nega. Para tentar provar que tem esse direito, o cidadão pode entrar com um recurso no próprio INSS ou com uma ação na Justiça. É aí que começa uma nova espera, que pode ser bem mais longa.
O IBDP, Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário, fez um levantamento, por meio da Lei de Acesso à Informação, que revela: depois que a Justiça reconhece o direito de um brasileiro ao benefício, o INSS ainda demora, em média, 300 dias para começar a pagar.
Nos casos de aposentadoria especial, a espera passa de 1.200 dias, em média. Os pagamentos atrasados geram um gasto extra de R$ 83 milhões só de correção monetária.
O vice-presidente do IBDP afirma que toda essa lentidão da Previdência tem a ver, principalmente, com a falta de servidores no INSS.
“Muitas das vezes é porque não tem pessoal suficiente para dar cumprimento da forma como a Justiça determina. O que vem gerando multa, litigância de má-fé, juros de mora, correções monetárias que poderiam ser evitadas no orçamento gasto, que poderia ser completamente evitado caso tivesse um interesse concreto em efetivar as decisões com a celeridade que elas exigem”, explica Diego Cherulli.