Justiça começa a suspender benefícios de mais de 600 pessoas que teriam fingido contaminação por césio-137, em Goiânia
- pereiraalves4
- 16 de out. de 2024
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De acordo com a PGE, laudos apresentados por advogados que comprovavam contaminação pela radiação eram falsificados. Procurador e militares aposentados estão entre os beneficiários investigados pela Polícia Civil.
G1-Goiás
Fantástico - Césio 137 — Foto: Reprodução/Fantástico
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) começou a suspender os benefícios de 644 pessoas que buscavam isenção no imposto de renda após fingirem contaminação por césio-137. De acordo com a Procuradoria Geral do Estado de Goiás (PGE), laudos médicos apresentados por advogados investigados em operação da Polícia Civil e que comprovavam a contaminação eram falsificados.
A decisão foi tomada após a isenção do imposto de um policial militar ser suspensa por possíveis fraudes nos laudos médicos. Segundo a PGE, apenas nesse caso um prejuízo de R$ 31.601,76 foi causado. Se somados, os 644 beneficiários causaram um prejuízo milionário.
A decisão foi tomada pelo desembargador Carlos França. Ele ordenou ainda o envio dos autos ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para que se tomem providências em relação aos advogados investigados.
Operação Fraude Radioativa
A operação Fraude Radioativa, da Polícia Civil, foi deflagrada no último dia 30 de setembro. A operação busca combater fraudes de R$ 20 milhões em benefícios pagos pelo acidente com o Césio 137, considerado o maior acidente radiológico da história. Três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão foram cumpridos na capital.
Um procurador e dois militares aposentados estão entre os investigados. Eles negaram o conhecimento das ilegalidades e apontaram a responsabilidade para as advogadas que estavam à frente das ações.
Duas advogadas foram presas suspeitas de envolvimento no esquema: Ana Laura Pereira Marques, que está em prisão domiciliar, e Gabriela Nunes Silva, que foi solta e agora responde em liberdade. À TV Globo, a defesa de Ana Laura disse que se manifestará somente em juízo. Já Jonadabe Almeida, advogado de Gabriela, disse que ela não tinha conhecimento dos documentos e que não participou do esquema.
O delegado Leonardo Dias Pires, responsável pela investigação, explicou que os suspeitos diziam que o material coletado das supostas vítimas seria encaminhado a um laboratório localizado nos Estados Unidos para que os exames fossem feitos.
Um PM reformado também foi preso, acusado de captar clientes para as advogadas presas; outros cinco advogados estão sendo investigados.
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