Ex-gestor é alvo de busca e apreensão. Empresa é suspeita de fraude na prestação de serviços médicos em hospitais.
G1-Goiás
Daniel Alexandrino e o irmão, Ismael Alexandrino — Foto: Reprodução/Instagram
O irmão do ex-secretário de Saúde Ismael Alexandrino foi preso em uma operação da Polícia Civil que investiga fraudes na contratação de uma empresa por meio de uma Organização Social (OS) que presta serviços médicos em hospitais de Goiás. Daniel Alexandrino foi detido em São Luís de Montes Belos. Ismael também é alvo de busca e apreensão em Goiânia.
A informação foi confirmada com exclusividade pelo repórter da TV Anhanguera Honório Jacometto.
Outras duas pessoas, apontadas como laranjas, também foram presas. Em nota, a defesa de Ismael Alexandrino informou que ele está colaborando com a investigação e que, durante a gestão à frente da SES, Ismael sempre garantiu total transparência em todos os processos da pasta. Ainda informou que a defesa irá requerer o acesso aos autos do processo.
A defesa de Daniel esteve presente em uma coletiva de imprensa da Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (26), mas não se manifestou sobre o caso.
Daniel Alexandrino é médico cirurgião vascular e angiologista. Segundo a investigação, ele seria dono de uma empresa registrada no nome de laranjas e que prestaria serviços a uma organização social.
São cumpridos três mandados de prisão temporária e 17 de busca e apreensão. Bens dos investigados também foram bloqueados. A Polícia Civil informou que uma coletiva de imprensa, marcada para 11h, dará mais detalhes sobre as investigações.
Investigações
As investigações começaram após a polícia receber informações sobre irregularidades nos contratos de gestão da OS Instituto Brasileiro de Gestão Compartilhada (IBGC), que teria terceirizado o serviço para a empresa Amme Saúde. Ela seria registrada em nomes de laranjas, mas pertenceria, na realidade, a Daniel Alexandrino.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informou que a ação é reflexo do trabalho de uma força-tarefa instalada na SES por determinação do governador Ronaldo Caiado, com participação da Controladoria-Geral do Estado, antes da atual gestão da secretaria.
A Secretaria ressaltou que a investigação está na esfera da Polícia Civil, com a qual a SES firmou um convênio de cooperação, concedendo à polícia acesso a qualquer dado necessário. A pasta ainda informou que o governo de Goiás não admite eventuais desvios dentro da gestão pública e seus mecanismos de controle trabalham de forma permanente para coibir e investigar qualquer indício de irregularidade.
A OS é responsável por administrar cinco hospitais no estado. Nos contratos com o Hospital Estadual de Itumbiara e as Policlínicas das Regionais de São Luís dos Montes Belos e da cidade de Goiás, a suspeita é que houve um direcionamento à empresa terceirizada por meio de processos de contratações simulados.
O valor dos contratos entre a Secretaria de Estado da Saúde, a IBGC e a Amme Saúde é de mais de R$ 10 milhões. Os crimes investigados são de organização criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, advocacia administrativa e de lavagem de dinheiro.
O IBGC divulgou uma nota informando que ainda não tomou conhecimento oficial dos dados contidos nos mandados, mas que já está colaborando com as investigações e encontra-se à disposição das autoridades. Ainda reafirmou que será mantida a regularidade do atendimento à saúde e gestão nas unidades de saúde que administra.
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