Globo Esporte
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O caminho do Inter rumo às semifinais da Conmebol Libertadores passa por um bom resultado nas alturas, contra o Bolívar, a partir das 19h desta terça-feira. A consequência de jogar a quase 4 mil metros acima do nível do mar afeta o rendimento dos atletas e por tabela a forma de atuar da equipe. O técnico Eduardo Coudet cravou que o "jeito de jogar será diferente" para competir e voltar vivo da temida La Paz.
As linhas altas, a intensidade e a marcação na saída de bola do adversário, ideias básicas da metodologia de Chacho, ficarão em segundo plano no Hernando Siles, estádio de maior altitude na atual edição do torneio. O time, eventualmente, poderá adotar uma postura mais agressiva, mas não será a proposta de jogo.
- Sabemos que não vamos ter o ritmo que o treinador sempre pede, de pressionar alto, de recuperar a bola rápido. Precisamos não tomar contra-ataques, vamos estar abafados quase todo o tempo. E nos ajudarmos, ser um time solidário, humilde para correr e estar juntos - revelou Mercado.
A queda física apresentada pelo time no decorrer dos jogos e a má fase pela qual atravessa no Brasileirão são fatores levados em consideração na montagem da estratégia. Evitar desgaste desnecessário e valorizar a posse de bola são pontos cruciais para evitar e/ou suportar a pressão dos donos da casa.
Coudet e o setor de análise de desempenho prepararam um dossiê sobre o Bolívar e apresentaram aos atletas no último domingo. Desde então, o argentino trabalhou taticamente a equipe nos dois treinos que teve e indicou os caminhos para uma atuação segura em solo boliviano.
- Não vamos repetir a pressão alta como fizemos aqui (Beira-Rio). Temos outra preparação. Não dá para fazer isso. Vamos tentar trazer um bom resultado - acrescentou Coudet.
Será preciso jogar com inteligência contra um rival que tem 100% de aproveitamento em seus domínios, com vitórias por 3 a 1 sobre Palmeiras (fase de grupos) e Athletico (oitavas de final). Longe da altitude, no Paraguai, goleou o tradicional Cerro Porteño por 4 a 0. O time do técnico espanhol Beñat San José demonstrou virtudes e sonha com uma semifinal nove anos depois.
A delegação passou a noite de segunda para terça em Santa Cruz de la Sierra e parte para La Paz cerca de seis horas antes do confronto. O objetivo é amenizar os efeitos da altitude - dor de cabeça, fadiga, náuseas e dificuldade para respirar. Nem sempre é possível, já que cada atleta responde de forma diferente.
- Você tenta um plano e depois tem que estar muito atento porque não sabe o que pode acontecer desde a chegada. Temos que falar o tempo todo com os jogadores - alertou Coudet.
O elenco experiente do Inter tem os seus trunfos. Aránguiz e Valencia marcaram gols e saíram vencedores do Hernando Siles por suas seleções nas eliminatórias de 2014 e 2018, respectivamente. Enner, por sinal, está acostumado com a altitude. O Equador joga em Quito, a 2,8 mil metros.
Além deles, Mercado, Renê, Mauricio, Gabriel, Bruno Henrique, De Pena e Nico Hernández reúnem experiência em partidas disputadas acima de 3 mil metros. Rochet vai encarar o desafio do ar rarefeito pela primeira vez e treinou com bolas cheias de gás hélio para se simular os efeitos da altitude.