Dois assentos ainda estão em aberto para uma temporada que sofrerá ‘chacoalhada’ após um ano de poucas mudanças
O Globo
Grid da F1 em 2025 tem Hamilton na Ferrari, indefinições na Red Bull, e Bortoleto próximo da Sauber/Audi — Foto: Divulgação; Alfredo ESTRELLA / AFP; Reprodução
A passagem da última temporada da Fórmula 1 para a atual foi atípica. Pela primeira vez na principal categoria do automobilismo mundial, as duplas de pilotos foram mantidas nas dez equipes do grid. No decorrer das corridas, porém, duas mudanças ocorreram: as entradas do argentino Franco Colapinto no lugar do americano Logan Sargeant (Williams) e do australiano Liam Lawson na vaga do compatriota Daniel Ricciardo (Racing Bulls). Mas, para 2025, é certo que a “dança dos assentos” reencontrará o ritmo normal, com chance até de um piloto brasileiro voltar a ser titular depois de sete anos de jejum.
Em fevereiro, quase dois meses antes do primeiro GP, na Austrália, Lewis Hamilton anunciou a grande novidade da temporada que vem: o britânico heptacampeão correrá pela Ferrari, após 12 anos na Mercedes.
— Foi uma notícia que ninguém esperava — opina Rodrigo Mattar, escritor e jornalista especializado em automobilismo: — Desafio extra para um piloto que sempre teve carros competitivos, numa Ferrari que vem numa crescente absurda. Há diversos ingredientes para que a aposta do Hamilton possa ser muito bem paga.
O acordo bombástico, que une o maior campeão da história da F1 — ao lado do alemão Michael Schumacher — à equipe mais vencedora de todos os tempos (com 16 títulos de Construtores) deixou Carlos Sainz sem casa, mas só por alguns meses. No fim de julho, o espanhol acertou com a Williams. Estas são duas de sete mudanças confirmadas para o novo ciclo da categoria, entre transferências de veteranos e chegadas de novatos.
O italiano Kimi Antonelli, promessa de 18 anos, é a grande aposta da Mercedes para substituir Hamilton. Ele estreia na F1 assim como o australiano Jack Doohan, de 21, na Alpine. Já o britânico Oliver Bearman, de 19, que conduziu a Haas em São Paulo neste fim de semana — porque o dinamarquês Kevin Magnussen sentiu um mal-estar —, será um dos dois novos titulares da escuderia americana. O outro será o francês Esteban Ocon, vindo da Apine — o alemão Nico Hulkenberg rumará para a Sauber/Audi.
Duas vagas abertas
Apenas dois assentos estão em aberto para a próxima temporada, na Sauber/Audi e na Racing Bulls, times com cenários bem particulares. A primeira — que encerrou a parceria com a Alfa Romeo e começará a transição para se chamar apenas Audi em 2026 — pode ter um piloto brasileiro. Com os contratos do finlandês Valteri Bottas e do chinês Guanyu Zhou se encerrando, Gabriel Bortoleto, de 20 anos, líder da F2, surge como favorito à vaga de companheiro de Hulkenberg. Já a Racing Bulls, braço auxiliar da Red Bull, dificilmente escolhe pilotos que não venham de sua academia, como o japonês Yuki Tsunoda, que continua mais um ano.
Além dessas duas interrogações, há uma incógnita no grid: Sergio Pérez, segundo piloto da Red Bull. O mexicano é um dos poucos exemplos de talento externo absorvido pela montadora austríaca e se mostrou uma escolha acertada nas primeiras temporadas, mas está protagonizando mais um ano constrangedor, mesmo guiando o carro apontado como o melhor da F1 no começo de 2024, ao lado do tricampeão Max Verstappen.
Ainda assim, em junho, a Red Bull resolveu estender seu vínculo até o fim de 2026, causando surpresa geral, porque ele é apenas o oitavo colocado na classificação do Mundial e há poucas justificativas para que este acordo tenha sido selado — uma delas são os contratos de patrocínio que ele atrai de seu país natal.
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