Portaria revogou uma regra que facilitava o trabalho nesses dias. Deputados querem derrubar medida
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Governo suspende portaria que restringe trabalho aos feriados e vai negociar outro texto (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)
DA AGÊNCIA O GLOBO
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, convocou a imprensa na tarde desta quarta-feira para falar sobre a portaria assinada por ele que dificulta o trabalho aos domingos e feriados no setor de comércio. Segundo ele, a portaria será refeita, com a formação de um grupo de trabalho, para que tenha início apenas em março do ano que vem.
— Nossa portaria será refeita com validade de 1º de março, queremos tirar qualquer tipo de incerteza e insegurança – afirmou.
Segundo ele, houve entendimento errado da portaria, que irá restringir apenas os feriados.
— Estamos falando de portaria que regula processo de funcionamento do comércio aos feriados, tão somente. Ela é clara e transparente, os domingos estão legislados pela lei. Uma portaria de 2021, essa sim contrariando a lei, deu entendimento que os feriados também não teriam necessidade e o patrão da loja poderia na véspera da loja falar para ir trabalhar – afirmou.
No último dia 15, o Ministério do Trabalho editou uma portaria determinando que setores do comércio e serviços só possam funcionar aos domingos e feriados se houver negociação com sindicatos ou lei municipal permitindo.
A norma altera uma regra editada em 2021 que visava facilitar o funcionamento de comércios aos domingos em feriados e que dispensava a convenção coletiva ou lei municipal para permitir o trabalho nesses dias.
No Congresso, parlamentares se articulam par a derrubar a portaria. Deputados da Frente Parlamentar do Comércio e Serviços querem votar, ainda nesta quarta-feira, o decreto legislativo que suspende a portaria editada pelo Ministério do Trabalho.
— Essa é uma conversa que tem que ter espaço de negociação, a gente espera que haja um bom senso do Ministério do Trabalho de revogar a portaria, abrir o diálogo e construir soluções que atendam trabalhadores, empresários e população […] Se não revogar, nossa disposição é de votar hoje — afirmou o deputado Domingos Sávio (PL-MG), presidente da frente parlamentar.
— Ninguém está querendo sair de mesa de negociação. Agora, o Congresso já votou uma urgência, o Congresso tem que ter uma posição. O Congresso não pode ficar à mercê, somos um Poder. O Congresso Nacional tem que exercer seu poder. Se ontem ele requereu a urgência, é porque esse fato requer urgência para ser solucionado, e ele tem que ter uma solução. Ou se revoga a portaria ou se vota o PDL.
O ministro Alexandre Padilha afirmou que comunicou aos deputados que o ministro do Trabalho teria uma reunião ainda nesta quarta-feira com representantes dos trabalhadores, empresários e do setor de serviço e comércio para tratar sobre a portaria.
Padilha afirmou que tinha “certeza absoluta” que a pasta construiria uma proposta de acordo.
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