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Golpe do falso leilão: veja como agiam presos suspeitos de fazer mais de 30 vítimas em Goiás

Vítimas só descobriram o golpe ao ver que o pátio da leiloeira não existia. Saiba como identificar sites de leilões falsos.



G1-Goiás


Polícia Civil cumpre mandado em São Paulo, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil



Pelo menos 30 pessoas em Goiás foram vítimas de um site de falsos leilões de veículos. Os suspeitos agiam através de um site que funcionava a partir de um grupo em São Paulo e foi descoberto por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC).


Após a identificação do grupo que realizava falsos leilões na internet, a Polícia Civil (PC) de Goiás, em um trabalho conjunto com a Polícia Civil de São Paulo, cumpriu na última quarta-feira (6), 3 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão.


Após o cumprimento dos mandados, foi feito pelas polícias uma cartilha ensinando a população a identificar um site de falso leilão. A divulgação foi realizada nesta segunda-feira (11), em uma coletiva de impresa em Goiânia.


Os suspeitos utilizavam sites falsos de leilão de veículos para atrair as vítimas e, após o cadastro e participação das vítimas em um leilão dissimulado, elas eram induzidas a efetuar o pagamento do valor referente ao veículo “arrematado”, com a transferência dos valores para integrantes do grupo. Após o pagamento, quando as vítimas se deslocavam para o suposto pátio da “leiloeira” para retirar o veículo, ela se dava conta de que o pátio não existia ou que o leilão era falso.


Como agem os sites falsos de leilões?


O grupo cria um site falso de leilão de veículos, muitas vezes clonando sites de leiloeiras verdadeiras ou utilizando sites com referência a órgãos públicos (Detran, Tribunais de Justiça, Receita Federal, etc.).


Esses sites criados reproduzem as mesmas funcionalidades dos sites verdadeiros, com informações de “lotes” (veículos a serem arrematados) e “leilões” ocorrendo em tempo real com possibilidade de realização de lances, inclusive com informações de SAC e contato (números que são direcionados aos suspeitos);


As possíveis vítimas são atraídas a estes sites falsos em razão do oferecimento de veículos abaixo do preço de mercado; a partir disso, as vítimas são chamadas a efetuar um cadastro nos sites de leilão falso com o fornecimento dos seus dados completos (nome, nº de documentos endereços e inclusive foto da CNH e selfie) a fim de possibilitar a participação no “leilão”;


Posteriormente, ao participar do “leilão” de algum lote (veículo), as vítimas conseguem facilmente saírem vencedoras, a partir de então, os suspeitos iniciam através de chamadas telefônicas e troca de mensagem via WhatsApp diálogo com as vítimas a fim de induzirem a efetuar a transferência do valor correspondente ao “lote arrematado”;


A vítima recebe o “termo de arremate” (documento falso) e dados do “lote” (veículo arrematado), acreditando que de fato participou de um leilão verdadeiro, em razão dos artifícios empregados, efetua o pagamento do valor do “lote arrematado” mediante transferência PIX ou TED para a conta de um beneficiário do golpe, podendo ser uma pessoa física ou jurídica.


Após a vítima procurar o pátio do leilão para a retirada do lote que acreditou ter arrematado ou quando lhe são solicitadas novas quantias para “liberar” o suposto veículo “arrematado”, o qual de fato não existe, é que ela se dá conta que caiu em um golpe.


Como identificar e se prevenir do golpe:


A PC também criou uma cartilha ensinando as pessoas a se prevenir de golpes e identificar sites de falsos leilões, veja abaixo:


Os criminosos utilizam sites cuja hospedagem é fora do país, em razão da dificuldade em registrar domínios no Brasil que exigem mais dados e também com o objetivo de dificultar a investigação. Portanto, qualquer site de leilão de veículos que não tiver o domínio (endereço - URL) com o sufixo “.com.br” deve ser objeto de alerta.


Desconfie de sites cujo domínio (endereço) foi criado recentemente e cuja hospedagem é fora do Brasil. Criminosos criam diversos sites de leilão falso, portanto, desconfie de sites que foram criado a menos de seis meses. Através de qualquer ferramente Whois (local de hospedagem e data de criação);


Pesquise o site do leilão perante o qual deseja participar em páginas de reclamação, como o Reclame Aqui ou o Leilão Seguro com o objetivo de verificar a autenticidade do site e eventuais denúncias de fraude;


O site do leilão seguro, sob a responsabilidade da Associação da Leiloaria Oficial do Brasil (Aleibras), verifica os sites de leilão disponíveis e cataloga os sites com denúncias de frande; de acordo com o Leilão Seguro, há cerca de 3210 sites falsos de leilão catalogados na plataforma nos últimas 4 (quatro) anos;


Verifique se o leiloeiro indicado como titular daquele leilão constante no site, está inscrito no site da Junta Comercial do respectivo estado no caso de Goiás a JUCEG. Somente leiloeiros inscritos regularmente na Juceg podem conduzir leilões;


Desconfie quando o suposto leiloeiro exigir que o valor do lance arrematado seja transferido para terceiros, podendo ser pessoa física e/ou jurídica, que não leiloeiro oficial;


“Caiu” no golpe, como proceder?


Entre em contato imediatamente com o seu banco e informe que foi vítima de uma fraude e solicite o bloqueio da transação bancária;


Registre ocorrência na Polícia Civil;


Essa ocorrência deve ser registrada ainda que nenhum valor tenha sido encaminhado, considerando que geralmente a vítima fornece para os criminosos seus dados pessoais e inclusive cópias de documentos.



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