Secretário executivo e diretor financeiro, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, da secretaria também foram soltos na madrugada deste sábado.
G1-Goiás
Wilson Pollara, Bruno Vianna Primo e Quesede Ayres Henrique, secretário, diretor financeiro e secretário executivo da pasta em Goiás — Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia, Redes Sociais e Carlos Costa
O ex-secretário municipal de saúde de Goiânia, Wilson Pollara foi solto após ser preso suspeito de irregularidades na pasta. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) concluiu que não há motivos para converter a prisão temporária em prisão preventiva.
Pollara e os dois auxiliares, também investigados na operação Operação Comorbidade, o secretário executivo Bruno Vianna Primo e o diretor financeiro, Quesede Ayres Henrique foram soltos na madrugada deste sábado (7), às 00h, na Casa do Albergado, no Jardim Europa. A informação foi confirmada pela Diretoria-Geral de Polícia Penal (DGPP) e pela defesa de Pollara.
A defesa do ex-secretário disse que a partir de agora irá acompanhar o desenrolar das investigações por parte do órgão ministerial, que poderá ou não ofertar denúncia contra Pollara, resultando eventualmente na instauração de uma ação penal pública.
A operação
De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), a investigação aponta que os envolvidos concederam vantagens indevidas em contratos, desrespeitaram a ordem cronológica de pagamentos e causaram prejuízos ao erário público.
De acordo com o Ministério Público, a manobra viola o princípio da impessoalidade, conforme previsto em lei.
Em coletiva de imprensa, os promotores também explicaram que foram feitos pagamentos "fora dos canais oficiais". Esses pagamentos "extra caixa" não eram registrados na contabilidade pública.
“Nós identificamos o direcionamento de pagamentos a determinadas pessoas jurídicas credoras da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas, em detrimento de outros credores. Identificamos também pagamentos feitos de maneira irregular, podemos dizer, clandestinamente, fora dos cofres ou caixas oficiais, sem a devida declaração na contabilidade pública", disse o promotor Rafael Correa Costa.
Além das práticas criminosas, o MP-GO destacou que o esquema agravou a crise na saúde pública de Goiânia e que a dívida atual do município com unidades de saúde é de cerca de R$ 300 milhões. Segundo os promotores de Justiça, o esquema teria impactado o repasse de verbas a entidades como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).
Somente a Fundahc enfrenta uma dívida acumulada de R$ 121,8 milhões e tem passado por dificuldades operacionais. Em agosto deste ano, a instituição chegou a suspender os atendimentos nas maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, mantendo apenas os procedimentos eletivos na ocasião.
Nesse cenário, a rede pública também tem registrado falta de insumos básicos, interrupção de serviços e restrições ao acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Recentemente, mortes de pacientes à espera de vagas têm sido relatadas.
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