Objeto estranho só foi descoberto cinco meses após o parto. Durante cirurgia de remoção, ela perdeu parte do intestino.
G1-Goiás
Mariana Silveira Neves e seu bebê, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Silveira Neves
Uma estudante de 25 anos denunciou que ficou com uma compressa no abdômen após fazer uma cesariana no Hospital Municipal de Nova Crixás, no norte de Goiás. Mariana Silveira Neves fez o parto em 5 de abril de 2024, mas só em setembro conseguiu identificar o objeto estranho que causou dores abdominais durante cinco meses.
A cirurgia de remoção da compressa foi realizada no dia 15 de setembro. Até então, a jovem realizou consultas e exames que não apontavam a causa da dor e do inchado abdominal que ela apresentava.
De acordo com Mariana, foram necessárias duas incisões para que a equipe médica localizasse o corpo estranho, que, até então, não sabiam o que era.
“Abriram [o local da] cesariana e não estava lá. Aí, teve que cortar a minha barriga. Eles falaram que estava colado no intestino”, contou a jovem.
De acordo com Mariana, só ao abrir o abdômen a equipe médica identificou que se tratava de uma gaze. A jovem perdeu parte do intestino e uma trompa de falópio no procedimento de remoção da gaze. Ela ficou três dias na UTI e só soube o que havia acontecido algum tempo.
“Demoraram a me contar. Fiquei bem triste. Não esperava ficar com uma cicatriz grande assim. E fiquei mais triste ainda quando soube da perda da trompa”, declarou a jovem.
Mariana registrou ocorrência contra o médico que fez o parto. De acordo com a delegada Fernanda Simão de Almeida, ele já foi ouvido e que tudo correu bem com cesariana.
“Ele [o médico] alega que a cirurgia dela correu dentro do procedimento e que não teve intercorrências”, afirmou a delegada.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do médico denunciado até a última atualização desta matéria.
A Polícia Civil ainda está ouvindo testemunhas e aguarda o laudo da perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica.
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