Justiça determinou que ele cumpra mais 6 anos de prisão por ter atirado contra os policiais que atenderam a ocorrência no dia do crime. Defesa afirma que vai recorrer da decisão
G1-Goiás

Gislane Silvia de Oliveira e o namorado João Paulo de Deus Nascimento Tiburcio, que foram mortos em Goianápolis, Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Após júri popular em Goianápolis, na Região Metropolitana de Goiânia, o empresário Luciano Luiz Santos foi condenado a 42 anos de prisão pela morte da ex-namorada Gislane Silvia de Oliveira, de 40 anos, e do namorado dela, João Paulo de Deus Nascimento, de 31 anos. Ele também foi condenado a mais de seis anos por ter atirado contra os policiais que atenderam a ocorrência, totalizando a pena dele em mais de 48 anos de prisão. Gislaine e João Paulo foram mortos em fevereiro de 2024.
A audiência do juri popular aconteceu nesta terça-feira (21) e a sentença saiu depois da meia-noite. Ao g1, a defesa do empresário, advogada Camillo Crissostomo, disse que o empresário agiu sobre violenta emoção após provocação das vítimas de postar nas redes sociais imagens de ambos. A defesa vai recorrer da sentença.
O empresário foi condenado por todos os crimes pelos quais ele foi denunciado: feminicídio qualificado, homicídio qualificado, descumprimento de medida protetiva e ainda duas tentativas de homicídio contra os policiais que foram atender a ocorrência. Pelo descumprimento da medida protetiva, ele recebeu a pena de três meses de detenção.
Crime
Segundo o relato da Polícia Militar na época, o empresário pegou o carro do filho emprestado, no dia 10 de fevereiro de 2024, contando com o controle do portão da casa da mãe, Gislane, dentro do veículo. Após pegar o carro, ele usou o controle para abrir o portão e invadir a casa, onde teria matado o casal.
No dia anterior ao crime, a vítima havia mudado o status de relacionamento nas redes sociais com uma foto ao lado do novo namorado e declarando os seus sentimentos: "Tudo que pedi pra Deus. Meu amor chegou".
Segundo a polícia, ao chegarem no local, o empresário atirou contra os policiais até que as munições acabassem. Segundo o delegado responsável pelo caso Rodrigo Aranas, os policiais se esconderam atrás de um poste e não foram atingidos. Após acabarem as munições, o empresário se rendeu, jogou a arma da sacada da casa e foi preso em flagrante.
A arma utilizada pelo empresário no crime foi apreendida. O momento em que os policiais tentam arrombar a porta da casa e o suspeito aparece na sacada da casa foi registrado em vídeo.
Medida protetiva
Antes do crime acontecer, a vítima já tinha uma medida protetiva contra Luciano Luiz, após o registro de um boletim de ocorrência por ameaça e perseguição em 2022. A medida foi deferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás no mesmo ano. Em dezembro de 2023, Luciano chegou a ser preso por descumprimento.
Justiça
O crime aconteceu em fevereiro de 2024 e, no mês seguinte, o empresário virou réu. Contra a ex, ele respondeu pelos crimes de feminicídio triplamente qualificado, com os agravantes: motivo torpe, impossibilidade da vítima se defender, e violência doméstica familiar, por já terem sido casados.
Contra o namorado de Gislane, João Paulo, o empresário respondeu por homicídio duplamente qualificado, agravado também por motivo torpe e impossibilidade de defesa. Ele respondeu também por tentativa de homicídio dos dois policiais militares que atenderam a ocorrência.
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