Globo Esporte
Depois de uma longa novela, a venda de Allan, do Atlético-MG ao Flamengo, foi confirmada neste domingo. Negociação superior a R$ 40 milhões e que somente aconteceu em função da vontade do jogador. Rodrigo Caetano, diretor do Galo, cita "insistência" do volante e do staff dele para a confirmação da transação.
"Só abrimos a possibilidade de vender o Allan por três pontos, e o primeiro deles foi a insistência do atleta e dos agentes."
- Ele disse, mais de uma vez: "Entendo que o meu ciclo se encerrou". Perguntamos o motivo, mas ele disse que era desejo pessoal. Segundo: tentamos uma melhoria salarial, que ele não aceitou.
Diante da tentativa do Atlético-MG e as negativas do jogador, Rodrigo Caetano disse que seria irresponsabilidade da gestão não avaliar a possibilidade de negociação, já que se tratava de um jogador que não queria mais ficar no clube.
"Até então, só tínhamos consultas, e aí apareceu a proposta. Seria irresponsabilidade não tentar fazer a melhor venda possível com o atleta que não queria permanecer."
- Vale para mim e para qualquer um: eu espero que o torcedor se sinta representado por aqueles que querem permanecer. Esse é o que move um clube, uma paixão. Foi por isso. Dentro das nossas limitações, tentamos transformar uma venda que se aproximasse do que queríamos.
De acordo com Rodrigo Caetano, o volante havia informado ao clube sobre o desejo de saída ainda durante a primeira janela de transferências, quando recebeu sondagens no mercado.
- As negociações só avançaram por um pedido do próprio atleta, que não é determinante, porque ele tinha contrato conosco. Isso aconteceu em fevereiro, quando surgiram possibilidades. Nunca tivemos outras propostas, de nenhum outro clube, que não fosse o Flamengo. Depois disso, tentamos extensão do vínculo com majoração do salário, mas ele manteve a posição de que não era a solução que ele desejava.
Caetano ainda ressalta que a negociação entre Flamengo e Atlético-MG se estendeu somente pelo fato de o clube mineiro negociar com todas as partes envolvidas no intuito de melhorar os ganhos. Na visão do diretor, o valor total para o Galo (cerca de R$ 35 milhões) foi importante, diante do cenário que envolveu as tratativas.
- Todas as outras partes se sacrificaram para que isso acontecesse, então está comprovado que os agentes, o atleta e o Liverpool participaram reduzindo seus direitos para o Galo ter alguma vantagem financeira.
"(...) Com os valores, atingimos um percentual superior ao que o Galo detinha do jogador, quase 85% do valor total que será pago, acima do percentual que a gente tinha. Uma venda estimada em 9,6 milhões de euros, se fizéssemos venda de 100%."
Caetano também cita que Allan abriu mão de valores que tinha a receber do Atlético para conseguir a transferência ao Flamengo. O diretor também justifica a venda ao clube carioca, algo que motivou críticas da torcida. Além de um concorrente direto na Libertadores e no Brasileiro, o Rubro-Negro é um rival histórico do Galo.
- O Allan fez sim um sacrifício, abriu mão de alguns valores a receber do Galo. Arrastou um pouco porque nós tentamos ao máximo transformar a negociação de um jogador importante na melhor condição possível para o Galo. Por mais que o torcedor esteja chateado em relação a quem nós vendemos, foi somente esse clube que fez uma proposta oficial nesses termos. Quando me fizeram consultas fora do país ou daqui, era praticamente em 50% do que negociamos em relação ao preço cheio.
As negociações com o Flamengo chegaram a ser encerradas no mês passado, em meio à falta de acordo entre as diretorias, o que coincidiu também com a troca de comando técnico no Galo. Apesar da concretização, a diretoria alvinegra não irá ao mercado por substituto no meio-campo.
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