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Desembargador que defendeu o fim da PM de Goiás se retrata durante audiência de mediação

Magistrado disse que sua manifestação foi pessoal e inapropriada, além de ter generalizado o comportamento dos militares diante de confrontos. Na época, o governador Ronaldo Caiado pediu o impeachment dele e o chamou de “inconsequente”.


G1-Goiás

Desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) — Foto: Reprodução/TJ-GO



O desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo, que defendeu o fim da Polícia Militar de Goiás durante um julgamento, usou uma audiência de mediação na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, para se retratar sobre sua fala. O magistrado disse que sua manifestação foi pessoal e inapropriada, além de ter generalizado o comportamento dos militares diante de confrontos.


“Desejo ratificar o apreço e a consideração institucional pelo trabalho desenvolvido pelos policiais militares e pela Polícia Militar do Estado de Goiás”, afirmou o desembargador.

A crítica à PMGO foi feita no dia 1º de novembro, durante um julgamento da seção criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), que era transmitida ao vivo. No vídeo, o desembargador comenta sobre os abusos e os excessos durante operações policiais e, neste momento, diz que a PM é despreparada.


“Isso não pode mais se repetir e, aliás, aqui vai uma reflexão pessoal, para mim, tem que acabar com a Polícia Militar, para mim. [...] Vejam nos jornais a quantidade de confrontos e ninguém leva um tiro. Morrem 4, 5 e 6 e isso não é por preparo, nós sabemos porque é”, disse na época.


Após a repercussão da fala, o governador Ronaldo Caiado (UB) chamou o magistrado de “inconsequente” e pediu o impeachment dele. “Você é um cidadão desrespeitoso, agressivo, inconsequente e que precisa aprender que não é [...] em um julgamento você emite sua opinião”, afirmou o Caiado em um vídeo resposta.


Suspensão e retorno ao cargo

Por conta da fala, o desembargador chegou a ser suspenso cautelarmente do cargo. Porém, o Conselho Nacional de Justiça determinou a volta dele.


Na decisão, o ministro Luis Felipe Salomão apontou que “ainda que se entenda tratar-se de uma crítica infeliz ou temerária, penso que, no contexto em que proferida, em sede de exame superficial, não se cuida de ofensa frontal à instituição policial”.


O ministro reforçou ainda que não há risco no retorno de Camargo às funções. “Tampouco a afirmação feita pelo Desembargador representa uma ameaça ou risco para o contínuo exercício da jurisdição, de tal modo que sua permanência no cargo e nas funções não parece prejudicar a instrução do possível procedimento disciplinar”, completou.


Durante a audiência de mediação, nesta terça-feira (21), foi definido que o desembargador permanecerá de férias até o dia 29 deste mês. A Corregedoria Nacional de Justiça vai realizar, ainda em novembro, uma correição extraordinária no gabinete dele e na 4ª Câmara Criminal do TJGO.

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