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Dengue avança em Goiás e causa preocupação

O temor gira em torno da possibilidade de lotação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da capital caso os registros continuem crescendo







A dengue vem apresentando aumento de casos em Goiás desde o início de outubro e preocupando as autoridades, especialmente por conta da situação frágil em que se encontra a rede municipal de Saúde de Goiânia.


O temor gira em torno da possibilidade de lotação dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) da capital caso os registros continuem crescendo. Nos últimos dias, ações da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) e do Ministério da Saúde alertaram a população sobre a importância de prevenir a disseminação do Aedes aegypti , mosquito que é o vetor de transmissão da doença.


De acordo com o painel de monitoramento dos casos de dengue da SES-GO, na semana epidemiológica 40, a primeira de outubro, foram 828 registros da doença no Estado. Na semana 45, a primeira de novembro, o número subiu para 1,3 mil, com aumento de 66,6%.


Na seguinte, a 46, a quantidade chegou a 1,6 mil, com variação de 16% para a semana anterior. O crescimento se sustentou nas semanas epidemiológicas seguintes (veja quadro) .


Desde o início da série histórica de registros, 2024 se firmou como o pior ano no que diz respeito à dengue em Goiás. Já são 314,4 mil casos, 414 óbitos confirmados e outros 53 em investigação. O pico da doença foi em abril: na semana epidemiológica 16, entre os dias 14 e 20 daquele mês, foram 23,2 mil registros.


O cenário pressionou os hospitais da rede estadual, que registraram taxa de ocupação de leitos de UTI próxima de 100% em abril e maio.


Apesar de a crise na Saúde de Goiânia ter arrefecido e a média de solicitações de internação de pacientes da capital em UTIs ter caído bastante -- de 24 para 5, quando comparados os primeiros 16 dias desde a instauração do gabinete de crise na capital ao mesmo período imediatamente anterior.


O secretário estadual da área, Rasível Santos, explicou que o avanço da dengue preocupa, já que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) perdeu diversos leitos contratados com a rede privada por falta de pagamento. "Se a Saúde já está combalida da forma que está sem uma epidemia, se tivermos uma (epidemia) vamos ter mais colapso no sistema em Goiânia", alerta.


Assim como Santos, o futuro secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, se mostra preocupado com a questão da disponibilidade de leitos na capital para tratar os casos de dengue. "Nesse sentido, instituí como alvo que, para a temporada 2025/2026, o cronograma de todas as ações contra a dengue não comece em janeiro, mas já em outubro, antes da primeira chuva", detalha. Pellizzer afirma que a dengue é um assunto que já está em discussão pela equipe de transição do prefeito eleito, Sandro Mabel (UB) e que, no início da gestão, pretende fazer o "básico que funciona", por meio da captação de equipes sobre internações e tratamento dos casos, além do combate aos focos de transmissão.


Para evitar um cenário de escassez de leitos de UTI -- os casos de dengue costumam aumentar entre os meses de outubro e maio --, o governo estadual, em parceria com a gestão que assumirá a administração municipal em 2025, trabalha na ampliação da capacidade do serviço, por meio tanto da melhoria de gestão quanto da ampliação de leitos.


Foi pelo gabinete de crise, por exemplo, que a SES-GO voltou a operar 20 leitos no Hospital Ruy Azeredo. No Hospital das Clínicas (HC-UFG), 10 UTIs também foram viabilizadas. A oferta desses leitos será mantida após o fim das atividades do gabinete e a expectativa é de que mais leito "é de que mais leitos sejam operacionalizados no início do ano que vem.


Campanhas


Além de preparar leitos de UTI para tratar possíveis casos graves, a SES-GO tem trabalhado na prevenção da doença, já que a dengue pode ser controlada por meio do combate ao Aedes aegypti , mosquito que transmite a doença.


Na sexta-feira (12), o governo de Goiás lançou campanha para televisão e rádio sobre os cuidados para evitar criadouros do mosquito da dengue durante as férias. Com o tema "O combate à dengue não pode tirar férias", a campanha mostra que a melhor forma de combater o Aedes aegypti é evitar que ele nasça.


O secretário estadual de Saúde alerta para o período chuvoso, que é propício para a reprodução do mosquito, e para a necessidade de a população se atentar a todo tipo de recipiente que possa acumular água.


Sobre Goiânia, Santos teceu críticas à limpeza urbana da capital de forma geral, já que o lixo descartado de forma incorreta já é identificado como um dos principais focos do mosquito no verão em Goiás. "É a questão da limpeza urbana. A cidade está suja, com muito lixo e sem capinar os lotes. Isso preocupa muito a gente", pondera"

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