Globo Esporte

A defesa de Wallace ainda não desistiu de reverter a pena imposta pelo Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB) ao jogador. O advogado do jogador, Leonardo Andreotti, entrou com recurso no Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem. A tentativa é que o jogador seja absolvido da punição de cinco anos após entrar em quadra na final da Superliga Masculina pelo Cruzeiro.
Segundo o CECOB, Wallace desrespeitou a primeira punição imposta pela entidade ao entrar em quadra na final da Superliga. O oposto havia sido punido em 90 dias por postar uma enquete sobre tiro em Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil. O jogador foi relacionado para a partida contra o Minas sob efeito de liminar do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva do vôlei. A defesa, então, acredita que a nova punição é descabida.
Após a defesa de Wallace conseguir a liminar no STJD, a Confederação Brasileira de Vôlei acionou o próprio CBMA para chegar a uma solução sobre o caso. À época, o CBMA deu razão à liminar. O CECOB, porém, entende que a instituição não teria poder de decisão. Os advogados de Wallace, por outro lado, entendem que o CBMA foi designado pelo COB para conflitos do tipo.
- Protocolamos o recurso no CBMA contra a decisão do Conselho de Ética do COB, e estamos convictos de que o atleta terá um julgamento isento em grau recursal. Sendo certo que do ponto de vista legal, não há outro caminho senão a reforma da decisão do conselho, que para além de desconsiderar regras de competência estabelecidas no próprio Código de Conduta Ética, tomou decisão que claramente viola os princípios da legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade, que precisam ser urgentemente reestabelecidos - disse o advogado, Leonardo Andreotti.
O Comitê Olímpico do Brasil garantiu a participação do vôlei brasileiro no torneio Pré-Olímpico e nos Jogos Pan-Americanos, ambos marcados para o o fim do ano. A reportagem do ge apurou na última segunda-feira que uma força-tarefa, envolvendo membros da entidade, conseguiu junto ao Conselho de Ética um documento liberando o COB a seguir respondendo pela modalidade em competições internacionais. Projetos bancados pela entidade também poderão ter continuidade, mas agora terão de ser executados diretamente pelo COB sem passar pela Confederação Brasileira de Vôlei. As punições impostas pelo CECOB continuam em vigor.
Desde o anúncio da suspensão do oposto Wallace em cinco anos e da interrupção dos repasses de verba à CBV por 6 meses, na semana passada, o Comitê Olímpico do Brasil iniciou uma corrida contra o tempo para tentar não prejudicar a temporada do vôlei. O presidente Paulo Wanderley e o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio, foram a Brasília para buscar um acordo com o Conselho de Ética.
O cenário atual é da manutenção da punição - tanto da CBV quanto de Wallace, mas com aval do CECOB ao Comitê Olímpico para seguir como responsável pela modalidade em competições internacionais, incluindo a execução de projetos já previstos. Ainda estão sendo feitas reuniões de bastidores entre dirigentes e consultores jurídicos para tentar reverter ou amenizar a punição.
Após tomar ciência do documento conseguido pelo COB junto à CECOB, o Ministério do Esporte, na qualidade de órgão central do Sistema Brasileiro do Desporto, soltou um comunicado informando que, embora não tenha sido oficialmente notificado da suspensão do jogador Wallace e também da CBV, tentou encontrar formas eficientes de composição para minimizar os dados ao esporte.
- Mesmo com o esforço despendido por este ministério, não se chegou a um consenso capaz de equalizar as divergências administrativas entre as referidas entidades.
O Ministério também colocou que entende como inegociável a regularidade do desenvolvimento do vôlei e que diante da permissão do COB para seguir respondendo pela modalidade, continuará diligente para fiscalizar tais providências, sempre tendo em vista ser inadmissível qualquer prejuízo ao vôlei brasileiro.
A Confederação Brasileira de Vôlei, por sua vez, agradeceu em nota oficial os esforços do Ministério pela tentativa de encontrar uma solução consensual e explicou que nunca se negou a negociar com todos os envolvidos, mas ressaltou que qualquer solução precisa respeitar as competências constitucionais da justiça desportiva e os limites de atuação das entidades envolvidas.
- A CBV cumpriu todas as decisões impostas pelos órgãos controladores. A entidade e seu vice-presidente Radamés Lattari são alvos de punições por cumprirem estatutos, normas e as leis vigentes.
A Confederação Brasileira de Vôlei também destacou que muitas ações da entidade na preparação das equipes de quadra e praia para as competições, como o funcionamento do Centro de Treinamento de Saquarema e o pagamento de salário de treinadores, assim como integrantes de comissões técnicas, estão nos custos de "atividade meio" e não poderão ser pagas pelo COB.
- Um eventual custeio de "atividades fim" é importante, mas não é determinante para o desenvolvimento e a manutenção de toda estrutura do voleibol de quadra e praia do Brasil.