Imunizante é aplicado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre elas
O Popular
O produto é destinado a crianças acima de quatro anos, adolescentes e adultos até 60 anos. (Foto: Wildes Barbosa / O Popular)
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta quinta-feira (2) o registro de uma nova vacina para a prevenção da dengue. Esse é o segundo imunizante aprovado contra a doença no Brasil.
A vacina Qdenga, da empresa Takeda Pharma, é composta de quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção contra esta enfermidade.
O produto é destinado a crianças acima de quatro anos, adolescentes e adultos até 60 anos e será aplicado em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
Na avaliação clínica da vacina foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo em 12 meses após administração da vacina.
"A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina" disse a Anvisa, em nota.
A vacina Qdenga também foi avaliada pela EMA [agência sanitária européia], tendo recebido uma recomendação positiva no âmbito do programa "EU Medicines for all", um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos que se destinam a ser utilizados em países de baixa e média renda fora da União Europeia (UE).
A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, contudo, segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa.
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue provocou mais de mil mortes no Brasil no ano passado.
Vacinas que já existem
A vacina Qdenga é a primeira aprovada no país para um público mais amplo. A Dengvaxia, produzida pela Sanofi Pasteur, só pode ser administrada em quem já teve dengue.
A restrição surgiu após estudos apontarem o risco de que pessoas que nunca tiveram a doença desenvolvam formas mais graves de dengue caso sejam infectadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Ainda existe um imunizante em estudo pelo Instituto Butantan. Essa vacina é de dose única e utiliza as quatro cepas virais atenuadas em sua constituição. Chamada de Butantan-DV, ela é uma versão análoga da desenvolvida pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
A farmacêutica MSD também faz parte do projeto de desenvolvimento do imunizante. Segundo dados de um estudo, o produto atingiu eficácia geral de 79% para prevenção da doença mesmo após dois anos da aplicação.
Naqueles com histórico para dengue, a eficácia foi de cerca de 89%. Já para a parcela de participantes sem registro da doença, a proteção conferida pelo imunizante foi menor: 73%.
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