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Anac publica critérios para 'carros voadores' da Embraer poderem operar

Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou uma lista extensa de critérios que a Eve, empresa ligada à Embraer, deve seguir. Expectativa é iniciar a operação com os eVTOLs, popularmente chamados de ‘carros voadores’, em 2026.




G1

Protótipo de 'carro voador' em escala real foi divulgado pela Embraer — Foto: Divulgação/Eve Air Mobility



A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, nesta sexta-feira (1º), uma portaria com os critérios de aeronavegabilidade para a operação dos eVTOLs -- o 'carro voador' da Eve, empresa vinculada a Embraer, que deve ser fabricado em Taubaté, no interior de São Paulo.


O documento publicado apresenta os critérios que a aeronave precisa cumprir quanto à sua estrutura, sistemas de controle, propulsão e bateria, por exemplo. A Anac apontou que tais informações são determinantes para assegurar a segurança do voo.


A publicação da portaria é considerada um passo importante para a liberação da operação dos carros voadores no país. De acordo com a Anac, a Eve deve determinar limites de peso e centros de gravidade que garantam operação segura da aeronave, além de desenvolver dados de desempenho necessários para altitudes e temperaturas mínimas e máximas.


A empresa também precisará determinar uma velocidade mínima segura da aeronave para cada condição de voo, além de apontar o desempenho de decolagem e informações sobre pouso.


A Anac estabeleceu ainda que a aeronave deve ser controlável e manobrável, sem exigir habilidade de pilotagem excepcional.


Outros critérios solicitados para a aeronave são características de velocidade mínima segura e aviso; características de manuseio em solo; de vibração, turbulência e alta velocidade; além de características de voo para condições atmosféricas de gelo.


Veja abaixo alguns dos principais critérios:


  • A aeronave deve estar livre de oscilações perigosas e instabilidades aeromecânicas para todas as configurações e condições de operação no solo e em voo;

  • A aeronave deve estar livre de vibração, reversão de controle e divergência;

  • Os dados do projeto devem definir adequadamente a configuração da peça, artigo ou conjunto, suas características de projeto e quaisquer materiais e processos usados;

  • Portas, marquises e saídas devem ser protegidas contra abertura inadvertida durante o voo, a menos que seja demonstrado que não criam perigo quando abertas durante o voo;

  • A aeronave deve fornecer proteção a todos os ocupantes, levando em consideração as prováveis condições de voo, solo e pouso de emergência;

  • A aeronave deve ser capaz de voar e pousar continuamente com segurança após o impacto com um pássaro de 1 kg;

  • Ter meios de saída que possam ser facilmente localizados e abertos de dentro e de fora. Os meios de abertura devem ser simples e óbvios e marcados dentro e fora da aeronave;

  • A aeronave deve fornecer a cada ocupante ar com pressão respirável, livre de concentrações perigosas de gases, vapores e fumaça durante as operações normais e prováveis falhas;

  • O projeto e a construção do motor e os materiais usados ​​devem minimizar a probabilidade de ocorrência e propagação de fogo durante a operação normal e condições de falha, e devem minimizar o efeito de tal incêndio;

  • A ingestão de chuva, gelo e granizo não deve resultar em operação anormal, como desligamento, perda de potência, operação irregular ou oscilações de potência em toda a faixa de operação do motor;

  • Cada motor deve ser submetido a testes de calibração para estabelecer suas características de potência e as condições antes e depois das demonstrações de resistência e durabilidade especificadas.


Novo investimento


A Embraer anunciou nesta semana que Eve Air Mobility conseguiu um novo financiamento para fabricar os 'carros voadores' na unidade de Taubaté.


Segundo o anúncio, o financiamento foi conquistado junto ao Citibank. O valor é de US$ 50 milhões, equivalente a cerca de R$ 290 milhões, e se junta aos outros R$ 500 milhões que a empresa já havia conseguido junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento do Brasil (BNDES).


Com o novo aporte financeiro, a liquidez projetada pela empresa para o segundo trimestre deste ano é de US$ 480 milhões - o que equivale a cerca de R$ 2,8 bilhões. A Eve será a responsável pela fabricação dos eVTOLs - sigla em inglês para 'veículo elétrico de pouso de decolagem vertical'.

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