Apenas 11% dos entrevistados têm diagnóstico médico; 4% consideram utilizar medicamentos para emagrecer
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Perseguição durou cerca de 10 minutos (Foto: DICT)
A maioria dos brasileiros (59%) está acima do peso, mas só 11% têm diagnóstico médico, segundo pesquisa do Datafolha encomendada pela Novo Nordisk e divulgada neste domingo (18). Aqueles com obesidade são 24%, enquanto os com sobrepeso, 35%.
O levantamento calculou o IMC (índice de massa corpórea) de 2.012 entrevistados com idade média de 43 anos e encontrou contradições na percepção de saúde dos brasileiros em relação ao excesso de peso. Segundo especialistas, o método ainda é usado como base para análises, apesar de ser considerado insuficiente por novas pesquisas.
Aqueles que dizem apresentar uma saúde boa ou muito boa são 64%. Os que afirmam não apresentar condições de saúde como pressão alta, problemas nos ossos ou articulações, colesterol alto e excesso de peso representam 51% da amostra.
A obesidade é uma doença crônica definida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura corporal. Segundo especialistas, ela está associada a mais de 200 condições, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas hepáticos e de circulação e câncer.
No público com sobrepeso e obesidade, 61% afirmam ter uma boa saúde, e 42% declaram não ter ao menos uma doença relacionada ao excesso de peso.
Além disso, 72% dos brasileiros dizem estar satisfeitos com o próprio peso, mas 63% dizem que gostaria de mudá-lo —17% querem ganhar mais e 46%, perder.
A população ainda encara a obesidade como um fator estético, incluindo os próprios profissionais de saúde, diz a endocrinologista Cynthia Valério. Segundo ela, isso acontece por causa do estigma e porque o diagnóstico da obesidade como doença pela OMS é recente.
“A pesquisa indica exatamente o que a gente já costuma ver, que é resultado do preconceito de enxergar o excesso de peso como uma doença. Obesidade por si só é uma doença e o sobrepeso associado a condições de saúde, também”, diz a médica da Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e diretora da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).
“Nós temos muito ainda a fazer em relação à conscientização das pessoas. Há um percentual muito baixo de pessoas que têm o diagnóstico da doença e um percentual grande que já entra na classificação”, afirma. A OMS separou o dia 4 de março como o Dia Mundial da Obesidade para aumentar a conscientização sobre a doença crônica não transmissível.
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