O empresário Robston Gonzaga escapou por pouco da morte após ter o pescoço cortado por linha de pipa com cerol, mistura de cola com vidro moído. Ele foi ferido enquanto seguia em sua motocicleta no perímetro urbano da BR-060, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. A vítima estava com a mulher, grávida de quatro meses, e teve que seguir às pressas para um hospital.
“Eu senti um queimor [no pescoço], aí parei a moto com uma certa urgência, com medo de cair, de desmaiar, já passando mal”, relatou.
O empresário diz que, no desespero, ao notar que tinha sido ferido, deixou a mulher às margens da rodovia e procurou, sozinho, a ajuda médica. Ele levou alguns pontos no local do corte, mas já recebeu alta.
O Corpo de Bombeiros diz que casos de ferimentos com cerol não são comuns na cidade, mas a corporação acredita que o motivo é que, assim como Robston, muitas pessoas procuram ajuda médica por conta própria e não entram para as estatísticas.
“Mas a gente trabalha com a parte de prevenção. Então, os pais de crianças que utilizam pipas, devem orientá-las para que não usem cerol. E os motociclistas devem utilizar uma haste, instalada no guidão, que vai impedir que a linha o atinja”, explicou o tenente Jean Carlos de Souza.
O capitão Márcio Ferreira, da Polícia Militar, alerta que quem usa cerol em linhas de pipas pode responder criminalmente. “Eles podem se enquadrar nos crimes de lesão corporal, de danos e até de homicídio, caso a vítima morra”, explicou.
Após sentir na pele a dor causada pelo cerol, Robston pede que a população se atente aos riscos. “Quando eu perceber, vou parar no quarteirão, vou chamar a polícia. A minha sensação de tranquilidade será quando outros trabalhadores honestos, que estão saindo para defender o pão de cada dia para seus filhos, não tenham essa surpresa desagradável que eu tive”, ressaltou. Fonte G1 GO