Próximo ao fim da campanha nacional de vacinação contra o vírus H1N1, previsto para amanhã, a quantidade de pessoas do grupo prioritário vacinadas em Goiás ainda está abaixo da meta de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS). O órgão federal enviou 1,5 milhão de doses, 100 mil acima do suficiente para vacinar 100% do grupo prioritário, e todas já foram distribuídas.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), vários motivos explicam o não alcance da meta, como a vacinação de pessoas fora do grupo prioritário e a apresentação de laudo falso de doenças crônicas. Superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Maria Cecília Martins Brito afirma que houve uma situação atípica esse ano. “Houve um alarde e o que acabamos tendo foi uma corrida pelas vacinas como salvadoras da pátria, acabaram sendo tratadas como mercadoria”, avalia.
A corrida pela vacina fez com que pessoas que não eram do grupo prioritário buscassem a todo custo doses para si mesmas e para seus familiares. “Podemos ter vacinado pessoas que não precisavam”, admite Maria Cecília. De acordo com a superintendente da SES, a secretaria recebeu denúncias de que servidores da Saúde chegaram a ser ameaçados por moradores que pediam vacinas.
Outro problema diz respeito à vacinação de profissionais de saúde, que têm direito de ser vacinados como grupo prioritário. A ampla abrangência da categoria, no entanto, acabou fazendo com que um grande número de trabalhadores se beneficiasse das doses, entre eles até professores de educação física. Por causa disso, o número de imunizados chegou a 103% na capital.