O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou reiteradas vezes no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que não possui contas bancárias no exterior nem investimentos não declarados. Segundo ele, é apenas beneficiário de um truste na Suíça, e não proprietário de conta.
“Se eu possuísse investimentos, certamente eles estariam declarados. Eu sou beneficiário de um truste. O truste é o detentor do patrimônio, dos investimentos, dos resultados dos investimentos e das perdas, inclusive. Eu não possuo investimento não declarado. Os investimentos e o patrimônio não me pertenciam. Não há como haver prova de que eles são do truste”, atestou Cunha em resposta ao relator do caso, deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
Logo no início da sessão, Cunha informou que só responderia a questões que tivessem relação com a natureza da representação. “Qualquer outra natureza que não seja a da representação já teve resposta de natureza pública por mim ou por meu advogado”, disse o deputado afastado. O argumento foi repetido quando o relator o questionou sobre outras contas truste existentes, além da que está na representação contra ele.
Eduardo Cunha, que responde a processo no Conselho por quebra de decoro parlamentar por supostamente ter mentido sobre a existência de contas no exterior, afirmou que teria constituído uma fundação se o seu objetivo fosse ocultar patrimônio, e não um truste, que para ele, seria uma organização “transparente”.