O Brasil viveu em 2015 seu ano dourado no surfe internacional, coroado com o título de Adriano de Souza, o Mineirinho, no campeonato mundial, em Pipeline. Os surfistas brasileiros seguem se destacando. A Brazilian Storm (Tempestade Brasileira, como a atual geração foi apelidada) vem realizando feitos inéditos, quebrando recordes e conquistando títulos.
Em 2016, o Brasil terá 10 dos 34 participantes do Mundial da modalidade. Mas nessa lista, não constam surfistas cearenses entre os principais nomes do País. E uma pergunta fica no ar: Por que o Estado não forma mais surfistas de destaque?
Nomes como João Carlos, o ‘Fera’, Fábio Silva, Silvana Lima e a campeã mundial Tita Tavares deixaram o Ceará conhecido nacionalmente como celeiro formador de grandes surfistas. Ganharam destaque internacional, pois tiveram protagonismo em diversos campeonatos ao redor do mundo. Mas, atualmente, o Ceará, mesmo esquadrinhado no Litoral, vem ‘levando um caldo’ de outros estados e amargando o ostracismo.
“Nos últimos anos o investimento diminuiu muito. O torneio mais importante que tínhamos era o Circuito Cearense de Surf. Formava a equipe que representaria o Estado no Circuito Brasileiro e revelava muitos talentos. Era nossa principal vitrine. Há dois anos, a competição não é realizada. Falta apoio. Isso nos deixa sem ser vistos e tem sido a principal causa de não formamos mais surfistas que se destacam nacionalmente”, aponta o presidente da Federação Cearense de Surf, Amélio Júnior. Ele é otimista e acredita que o surfe, por aqui, sairá da inércia e resgatará a competição cearense em 2016.
A falta de escolas profissionais de esportes do mar é um fator que contribui para a derrocada do surfe competitivo. Falta também investimento na procura e formação dos atletas, geralmente crianças e adolescentes de famílias de baixa renda.
“Os surfistas do Ceará têm potencial, mas falta acompanhamento de suas carreiras profissional e da vida deles fora do mar. No Ceará, não se pensa em uma formação mais completa. Por isso, os investidores estão procurando outros mercados”, critica João Carlos, o Fera. Ele foi um dos principais nomes do surfe daqui e hoje é técnico da seleção brasileira de surfe universitário. Fera também dirige um projeto na praia do Titanzinho, no bairro Serviluz.
Juventude na Onda
Há uma luz no fim do túnel. O projeto Juventude na Onda, promovido pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Coordenadoria de Juventude, promete reverter o quadro. O projeto atende, atualmente, 15 escolas de surfe espalhadas pelo litoral. Há monitores e material para meninos e meninas praticarem o esporte.
“Mas ainda é pouco. O Ceará tem muito talento não aproveitado. A promessa é que, em 2016, o apoio será maior e mais estruturado. Estamos contando com isso”, afirma Amélio Júnior, da Federação de Surf. (Jornal O Povo)
ESCOLAS PARTICULARES
Ceará Surf School - Praia do Futuro (Av. Zezé Diogo 3070, em frente a Barraca Cuca Legal)
Escola Chandler Surf - Beira-Mar, em frente ao antigo Clube dos Diários, 2200
Fortaleza Wind Club (wind e kitesurfe) - Av. Beira-Mar, 914